Jornal Sol |
Catalina
Pestana, no seu comentário, neste mesmo periódico, diz: “ O grave, no último
caso do Relvas, não é o facto de o homem ter “comprado” um canudo, é o facto de
uma entidade que se chama universidade o ter passado, com base numa lei que
tinha claramente outros objectivos”.
Lembramos
que essa lei é de 2006, e foi aprovada pelo partido Socialista, então no poder
com José Sócrates[1].
Catalina
diz ainda: “ Churchill possuía apenas o sexto ano de escolaridade e foi um dos
estadistas que marcaram a história colectiva da Europa, num dos momentos mais
graves da nossa vida colectiva no século passado”.
Nós
acrescentamos: Não foi só o “monstro sagrado” da política, como todos sabemos,
mas foi ainda, em 1953, Prémio Nobel da Literatura!
Quanto
ao caso do ministro Miguel Relvas não passamos deste comentário, até que a
poeira baixe. Sabíamos que, em termos de estudos (frequentados), apenas possuía
o 12º ano. Para nós não foi novidade nenhuma, já tinha sido Secretário de
Estado. Não é preciso ser-se diplomado para desempenhar esse cargo público (já
noutros casos, a qualificação académica é deveras importante[2]). O
caso de Churchill chega e sobeja para o exemplificar. Embora este “monstro
sagrado” seja uma excepção. Entre outras, é claro.
Mas
havemos de demonstrar em comentário futuro que o ministro, além de não ter
cometido nenhum crime em termos jurídicos, como já toda a gente percebeu, mesmo
os do folclore do costume (basta consultar a lei pela qual obteve as
equivalências), também não incorreu em erro ético.
Portanto,
o que diz José António Saraiva é acertado.
[1] As leis estapafúrdias (em termos de Educação) que este
consulado aprovou são incomensuráveis. E urge corrigi-las. Quando as “leis” são
más a sociedade entra em decadência. Assim no-lo diz Edmund Burke por outras
palavras: “As más leis são a pior espécie de tirania”. Sobre ela, a Lei,
adianta: “ A lei tem dois e apenas dois fundamentos: a equidade e a utilidade”.
Ora a experiência governativa (de quase sete anos, levando o país ao limiar da
bancarrota), que antecedeu a actual, espelhou em muito aquilo que se pode
denominar de má governação, precisamente por pôr em prática o que Burke nos diz
das “más leis” (mudando regras “a meio do jogo”, prejudicando investimentos
cujo retorno impensável, causou perdas e mazelas irreparáveis - legislando
favorecendo alguns prejudicando outros, etc.).
[2] E nesses casos, (à excepção dos da 1ª República, ou
no período do PREC, que a História desculpa por terem pertencido a períodos
conturbados) nenhum governo danificou
tão brutalmente a sociedade portuguesa como os do Consulado socialista do
tempo de José Sócrates, já com a Democracia solidificada e consolidada!
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