No mapa consta o percurso que fizemos já
ao anoitecer, quando da viagem da Ilha de Moçambique para Quelimane. Já bem
dentro da província da Zambézia distingue-se ao longo do traçado da ENnº1:
Mugeba, Mocuba, Mulei, Naciaia, Namacurra e Niacuadala, donde sai o troço de
acesso a Quelimane.
Isto para dizer que “não há bem que sempre
dure, nem mal que não acabe”. De certa forma o adágio pode aplicar-se aqui se
tomando em conta o que foram os primeiros 10 dias da estadia em Moçambique a
percorrer o país de lés a lés, com escala nos mais sedutores pontos de
referência que de Maputo a Cabo Delegado são atrativo turístico. Entretanto a
minha anfitriã deixou de ter vagar para nos acompanhar e mesmo durante o dia
poder fazer companha, as férias haviam terminado e a Drª. Gisela não brinca em serviço. Aqui a
razão do “não há bem que sempre dure….”.
Depois de tanto viajar e percorrer
distâncias, o sossego e simplicidade de uma mansão familiar veio como ouro sobre
azul, sobretudo pela presença da filha junto de nós e a permissão de após as
17.30h, o pai estar autorizado a entrar no escritório dispondo da Internet até
à hora de jantar. Ainda que muito lenta consegui mesmo assim fazer alguns posts
que a seu tempo divulguei
A chuva que caiu durante a nossa estadia
em Quelimane não ajudou no percorrer da cidade, mesmo quando o céu ficava azul
e o sol brilhava, as poças de água nas ruas e os buracos deixados pelas
enxurradas não convidavam, nem convidam a passear. E bom é que chova para
evitar vinganças, porque ali ainda se acredita que “Se não chove é porque alguém “amarrou” a chuva e esse alguém só deve
ser aquele que num momento de seca tem uma vida mais desafogada”. Claro que
“Todas as vítimas ou acusados de prenderem
a chuva são empreendedores que com sacrifício e trabalho abnegado, trabalhando
debaixo do sol escaldante, brotando suor dos seus corpos procuraram melhorar as
suas vidas e das suas famílias. Uns vendem aguardente de fabrico caseiro,
transportada para Quelimane e no seu regresso levam de volta produtos como
leite, bolachas, capulanas, óleo alimentar, entre outros, para revenderem nas
suas bancas fixas”. Lá como cá, o mal de inveja
prevalece…
Mas um dia por outro lá ia fazer companhia
ao Paulo Alberto que vindo de Torone Velho montado na sua “ginga” (bicicleta)
logo manhã cedo estava na rua Mao Tse Tung batendo à porta pronto para fazer as
compras e os trabalhos de casa que lhe estavam confiados.
Nestas saídas aproveitei sempre para passar
pela Sé Catedral, vizinha do campo do Sporting de Quelimane, bem como
atravessar o "mercado", onde de vestir e calçar não falta que vender.
Assim hajam meticais.
Igreja de N.S. do Livramento (Sé Catedral de Quelimane)
Tudo quanto em feira possa ter compradores
ali se vende, em barracas que pela negativa nada têm a ver com as da Feira do
Artesanato, em Maputo.
Também neste aspeto, lá como cá. Maputo é Moçambique e o
resto é machamba reles.
O porto de pesca que já foi dos mais
importantes da região quando Moçambique era colónia portuguesa, hoje é uma
sombra do que foi então, com culpas para os responsáveis pela falta de
criatividade económica e de meios que facultem o escoamento dos produtos e
atividade piscatória, agrícola, comercial e industrial da cidade e de toda a
província da Zambézia, que por das mais ricas, vive na miséria
Sem comentários:
Enviar um comentário