Auschwitz |
A história desta mulher extraordinária (mais uma ) conheciamo-la há muito. Recentemente temos recebido, via internet, montagens sobre a sua vida. Como não temos à mão os livros, socorremo-nos dos elementos que nos enviaram e da Wikipédia.
A fotografia de 1942 mostra-nos uma mulher bela com um olhar triste e um sorriso dissimulado. A de 2008, a de uma mulher igualmente bela, embora idosa, com um olhar vivo e um sorriso invulgar de quem cumpriu a missão.
Os seus átomos já viajam pelo espaço sideral, junto do Eterno.
Irena Sendler (2008) |
Irena Sendler (1942) |
Em 2007, Irena Sendler foi
apresentada como candidata para o prémio Nobel da Paz pelo Governo da Polónia.
A iniciativa pertenceu ao presidente Lech
Kaczyński. Contou com o apoio oficial do Estado de Israel
através do primeiro-ministro Ehud Olmert, e da Organização
de Sobreviventes do Holocausto residentes em Israel. As autoridades
de Auschwitz
também manifestaram o seu apoio a esta candidatura, já que consideraram que
Irena Sendler era uma das últimas heroínas da sua geração, porque tinha
demonstrado uma força, uma convicção e um valor extraordinários frente a um mal
de uma natureza extraordinária. O prémio desse ano, no entanto, foi dado a Al Gore
pela sua defesa do meio-ambiente[1].
Quem foi Irena Sendler? Foi
uma activista
dos direitos humanos (professava a religião Católica
Romana) durante a Segunda Guerra Mundial, tendo contribuído
para salvar mais de 2.500 vidas ao levar alimentos, roupas e medicamentos
às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida. Nasceu a 15 de
Fevereiro de 1910 e faleceu a 12 de Maio
de 2008.
Ficou conhecida como o anjo do Gueto de Varsóvia.
Quando a Alemanha Nazi
invadiu o país em 1939,
Irena era Assistente Social no Departamento de bem estar
social de Varsóvia, trabalhava com enfermeiras
e organizava espaços de refeição comunitários da cidade com o objectivo de responder
às necessidades das pessoas que mais necessitavam. Em 1942, os nazis
criaram um gueto
em Varsóvia, e Irena, horrorizada pelas condições em que ali se sobrevivia,
uniu-se ao Conselho para a Ajuda aos Judeus, Zegota. Ao longo de um ano e meio,
até à evacuação do gueto no Verão de 1942, conseguiu resgatar mais de 2.500 crianças por várias
vias: começou a recolhê-las em ambulâncias
como vítimas de tifo,
valendo-se, no entanto, de todo o tipo de subterfúgios que servissem para os
esconder: sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de
mercadorias, sacos de batatas, caixões...
Os nazis souberam dessas
actividades e em 20 de Outubro de 1943; Irena Sendler foi
presa pela Gestapo
e levada para a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.
Não denunciou as crianças nem os seus colaboradores.
Irena vivia os tempos da
guerra pensando nos tempos de paz. Queria que um dia as crianças que
sobrevivessem pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade,
as suas histórias pessoais e as suas famílias. Concebeu então um arquivo
no qual registava os nomes e dados das crianças e as suas novas identidades. Em
1944, durante a revolta de Varsóvia, colocou as suas listas em
dois frascos de vidro e enterrou-os no jardim de uma vizinha para se assegurar
de que chegariam às mãos indicadas se ela morresse. Ao acabar a guerra, Irena
desenterrou-os e entregou as notas ao doutor Adolfo Berman, o primeiro
presidente do comité de salvação dos judeus sobreviventes. Todavia, a maior
parte das famílias das crianças tinha sido morta nos campos de extermínio nazis.
Inicialmente, as crianças
que não tinham família adoptiva foram distribuídas por diferentes orfanatos,
sendo, mais tarde, enviadas para a Palestina.
As crianças só conheciam Irena pelo seu nome de
código "Jolanta". Muitos anos depois, quando a sua fotografia
foi publicada num jornal
depois de ser premiada pelas suas acções humanitárias durante a guerra, um
homem ao telefone
disse-lhe: Lembro-me do seu rosto. Foi a senhora quem me tirou do gueto.
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