Portugal, minha terra.
Após tomar um
cafezinho em Nampula partimos em direção a Quelimane onde já chegamos noite
dentro, mas aproveitando, enquanto dia, do cenário ofertado pela natureza antes
e depois de vencido o Alto Ligonha que assinala a entrada na província da Zambézia
No trajeto
imagens de destruição e pobreza como esta, fazem parte do cenário paisagístico
tanto duma província como doutra.
Mas que mete dó,
mete, nós vermos uma terra tão rica de condição para produzir fatura em
abundância, e só por falta de braços e negligência dos mais ativos no terreno e na
governação não haver desenvolvimento é
triste ver.
Agora descendo o
Alto Molócué, por Nipiodi, Nampevo e Mugeba demos connosco atravessando Mocuba,
uma das mais importantes urbes da província da Zambézia, que marginada pelo rio
Licungo é capital de um distrito e sede de município onde a etnia macua como na
província vizinha de Nampula é dominante.
De Mocuba saia um ramal da Linha férrea Nampula/Malawi que desativado
arruinou Quelimane e o seu famoso porto do rio Bons Sinais.
A cor pardacenta do património c0nstruido é uma imagem do
sentimento que habita hoje no coração e no rosto do moçambicano que acreditou
que com a sua independência política ia ser livre e feliz, mas cedo se
apercebeu que foi atraiçoado pelos camaradas que uma vez senhores da quinta
dela se tornaram donos.
Já acomodados na
capital da Zambézia, um dia à mesa, na sala de
jantar, ocorreu-me fazer esta foto, e com ela comparar o mesmo que aconteceu
com Portugal, após o 25 de Abril : toda a nossa gente entra na moda e vai de
usar produtos importados, desde os alimentos aos utensílios. Resultado,
economia falida e troika em
ação. Moçambique tem outras potencialidades que não as
nossas, mas não é gratificante para um país com condições para se abastecer com
abundância e exportar os seus produtos agrícolas, apareça neste figurino
alimentar com nescafé, azeite e leite da África do Sul, vinho do Chile e de
Moçambique apenas a água de Vumba!
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