sexta-feira, 25 de outubro de 2024

PCP apresenta projecto de resolução para valorizar os recreios, promover o seu papel pedagógico, lúdico e social

PIETER BRUEGEL,  O Provérbio Do Ladrão de Ninhos, 1568.
 

Há cerca de 20 anos, um grupo de fanáticos institucionalizou aquilo que se iniciara uns anos antes e que ficou conhecido como “armazéns escolares”. Foi a seita de Maria de Lurdes Rodrigues e José Sócrates ( que deu origem aos actuais problemas da educação). 

À época, meia dúzia de solitários, aqui e ali, comentavam que a coisa iria provocar vários problemas nos estudantes. Diziam estes solitários que as crianças precisavam (ao contrário do que os fanáticos defendiam), mais do que estar encerradas em salas de aulas de substituição, de aleijar os joelhos, rasgar as calças e subir às árvores, ir aos ninhos como o menino de Pieter Bruegel. Diziam mais: que era necessário treinar a memória, quando esses fanáticos defendiam a exclusão da tabuada. Não se enganaram.

O PCP, na altura, fez como os outros: escondeu a cabeça na areia.

Passados 20 anos, com estudos internacionais e nacionais a darem razão a essa meia dúzia de solitários, tomaram, agora, uma atitude decente, ao apresentarem este projecto de resolução:

 

Projecto de Resolução N.º 142/XVI/1.ª

Valorizar os recreios, promover o seu papel pedagógico, lúdico e social

3 Junho 2024

Exposição de Motivos

Têm vindo a ser desenvolvidos e divulgados estudos que demonstram que a exposição excessiva de crianças e jovens a ecrãs lúdicos tem graves consequências para a sua saúde (obesidade, problemas de visão, músculo-esqueléticos, cardiovasculares, ansiedade, depressão e perturbações no sono), no comportamento (agressividade problemas de socialização e adição), no plano cognitivo (linguagem, concentração e memorização), bem como no aproveitamento escolar. As consequências aumentam na razão direta do número de horas a que as crianças e jovens estão expostos.

Os ecrãs estão presentes cada vez mais cedo na vida das crianças, em quase todos os espaços que frequentam e na forma como os adultos os usam. A Direcção-Geral de Saúde e diversas sociedades de pediatria internacionais têm divulgado recomendações, dirigidas sobretudo às famílias, quanto a limites de tempo de exposição a ecrãs por faixa etária, procurando promover estilos de vida saudáveis, que incluam atividade física e estar ao ar livre, combatendo o sedentarismo e o isolamento.

No plano internacional, e também no nosso país, crescem as dúvidas e preocupações quanto ao tempo e aos espaços que as crianças e os jovens têm para brincar e conviver, bem como quanto às consequências do recurso excessivo às tecnologias digitais nos sistemas educativos.

As crianças têm falta de tempo livre, tempo para brincar livremente, para socializar com família e amigos, tempo e espaços diversificados para aproveitar o ar livre, facto indissociável da degradação das condições de trabalho, da desregulação dos horários dos pais, dos tempos perdidos em deslocações pendulares, muitas vezes aumentadas pelas dificuldades no acesso à habitação, da precariedade na vida e no trabalho, mas também da falta de condições das escolas e da diminuição de espaços onde podem socializar. Brincar é estruturante no desenvolvimento global das crianças e privá-las desse direito tem graves consequências no seu desenvolvimento. (o sublinhado é nosso).


FONTE: https://www.pcp.pt/valorizar-recreios-promover-seu-papel-pedagogico-ludico-social-0


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PCP apresenta projecto de resolução para valorizar os recreios, promover o seu papel pedagógico, lúdico e social

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