quarta-feira, 14 de agosto de 2024

MEMÓRIAS DE BARROSO

                                  

                                                          MEMÓRIAS DE BARROSO

 

Há muito, há muito tempo

Quando não havia assento

De posse e propriedade

Um fidalgo abastado

Cavalgava bem montado

Pelas terras da sua herdade.

 

Talvez perdido quem sabe

Ou de própria vontade

Embrenhou-se num pinhal

Onde ao acaso foi dar

Com um homem a roçar

Um extenso matagal.

 

Perguntou senhorial

De quem era aquele Touçal

Ao humilde trabalhador

Que em vénia lhe respondeu

Tirando o seu chapéu

É vosso roço Senhor.

 

Neste arcaico português

Pode residir talvez

A origem de Barroso

Terra conquistada aos mouros

Das bravas lutas de touros

E do presunto famoso.

 

Que é feito de ti Barroso

Do teu povo valoroso

Orgulho da nossa terra?

Não há ninguém a roçar

Nem tão pouco a passar

Já nada é como era.

 

Felizes os que nasceram

E aqui permaneceram

Neste bendito torrão

Mesmo em tempo de guerra

Se cultivardes a terra

Em Barroso há sempre pão.

 

                                        Salto outubro de 2002

                                                                                   Júlio F. Vaz de Barros

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