9
de Maio 2024
Durante os oito anos que o PS
esteve no governo e enquanto Pedro Nuno Santos foi ministro das Infraestruturas
nunca eliminaram as portagens nas Sctus. PNS votou mesmo contra a proposta do
PSD de redução de 30% de algumas portagens, já como deputado na Assembleia da
República.
O Chega fez algumas propostas
eleitorais que são demagógicas, populistas e que são socialmente injustas. Além
disso, são iguais às que os comunistas e bloquistas também fizeram, como por
exemplo: abolir as portagens das Sctus, aumentar as pensões mínimas para o
salário mínimo e não pagar as propinas na universidade.
O PS não costumava fazer, mas
desde que se aliou ao PCP e ao BE, na geringonça, passou a adoptar algumas
dessas políticas demagógicas e populistas e a seguir o lema da extrema-esquerda
“quanto pior, melhor.”
Os comunistas e bloquistas
defendiam a abolição das portagens nas Sctus que é uma medida socialmente
injusta, pois estão todos os portugueses a suportar os custos da existência das
Sctus. Ou seja, estão os pobres, que não têm carro e não andam nas Sctus, a
pagar para os ricos. Quem deve pagar as portagens é quem as utiliza. É o
princípio económico do utilizador/pagador. Outra coisa é saber se as portagens
podem ser diminuídas. O PSD propôs, no ano passado, a diminuição de algumas
portagens em 30% e o PS, no Parlamento, votou contra.
O Chega votou a proposta do PS de
abolir as portagens das Sctus para entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2025. Não
era o Chega que queria correr com os socialistas do poder? Votar as propostas
do PS contra o governo da AD, de centro-direita, mostra claramente a natureza
do Chega. Um partido demagógico e populista da direita radical que defende o
quanto pior, melhor.
No Parlamento Europeu o grupo
onde está o Chega costuma votar ao lado do grupo onde estão os comunistas e
bloquistas. A novidade em Portugal é que estão agora também ao lado dos
socialistas.
Há muitos portugueses que têm
pensões mínimas, porque não fizeram descontos para a Segurança Social, enquanto
estiveram a trabalhar, e têm outros rendimentos, seja de pequeno comércio, de
pequenas empresas ou de outras pensões. O correcto é atribuir o complemento
solidário de idosos em função do seu rendimento. Aumentar as pensões mínimas
para o salário mínimo é socialmente injusto, pois passaríamos a dar dinheiro a
quem não é pobre e tem outros rendimentos.
O PS, durante os oito anos, nunca
quis baixar a receita de IRS para poder distribuir pelo seu eleitorado e
assegurar manter-se no poder. A receita de IRS subiu de 12.613 milhões de euros
, em 2016, para 18.503 milhões de euros, em 2023 (Pordata). Depois de muita
pressão por causa da inflação admitiu, em 2023, baixar 400 milhões de euros,
mas só para 2024.
Luís Montenegro defendeu, na
Festa do Pontal de 2023, cinco medidas para reduzir a carga fiscal sobre as
famílias. Redução do IRS, ainda em 2023, por causa dos impostos cobrados a mais
devido à inflação e que abrangia todos os escalões com excepção do último.
Reduzir a taxa de IRS para jovens até aos 35 anos para 15%. Actualização dos
escalões de IRS com base na inflação. Transparência sobre o excedente fiscal.
Isentar de impostos sobre o rendimento e contribuições sociais os prémios de
desempenho e produtividade até 6% do vencimento base.
O governo socialista rejeitou
estas propostas. O PS que inicialmente não queria baixar os impostos sobre
o trabalho (IRS) viu-se obrigado, pela oposição e pela pressão da opinião
pública, a diminuir o IRS até ao 5º escalão na proposta de Orçamento do Estado
para 2024.
O PSD manteve a proposta, que já
tinha feito, para a discussão do Orçamento do Estado para 2024. O PS rejeitou
as alterações. O Programa eleitoral da AD manteve a proposta inicial. Tendo
ganho as eleições a proposta consta do Programa de Governo apresentado e
discutido no Parlamento.
O governo da AD aprovou agora a
sua proposta inicial que implicava uma redução de IRS de 1.500 milhões de
euros, relativamente a 2023, e apresentou no Parlamento para ser aprovada. Ou
seja, mesmo que o PS não tivesse sido forçado a reduzir o IRS, o governo da AD
proporia a redução dos 1.500 milhões de euros para todos os escalões com
excepção do último.
Se o PS e o Chega se juntarem,
uma vez mais, para aprovar uma proposta de IRS diferente da do governo da AD
assumirão as suas responsabilidades. Se o PS e o Chega querem governar juntos
podem aprovar uma moção de censura ao governo da AD e depois fazer um governo
de coligação ou com apoio parlamentar.
Se o Parlamento invadir a área de
competência do governo não me admirava que as leis aprovadas no Parlamento
sejam enviadas para o Tribunal Constitucional para averiguar da sua
constitucionalidade.
Não foi o PS que resolveu o
problema da eleição do Presidente da Assembleia da República. O PS e o Chega
votaram contra o candidato apresentado pela AD, que tinha ganho as eleições,
sabendo que a AD iria votar a favor dos candidatos do PS e do Chega a
Vice-Presidentes da Assembleia da República.
A sociedade portuguesa está muito
radicalizada. António Costa é o grande responsável pela radicalização da
sociedade portuguesa, pois aliou-se à esquerda radical e à extrema-esquerda, em
2015, para derrubar o governo PSD/CDS de Passos Coelho e ser primeiro-ministro.
Nunca o PS de Mário Soares se
tinha aliado aos comunistas e bloquistas depois do 25 de Abril de 1974. Mário
Soares fez governos com o CDS/PP, com o PSD e com maioria relativa.
Foi a teoria do pêndulo a
funcionar. Os socialistas, com a geringonça, levaram o pêndulo para um dos
extremos e ele agora foi para o outro.
Em 2015 o Chega não existia. Não
havia direita radical. Foi a geringonça com as suas políticas de cancelamento,
da ideologia de género e políticas Woke que radicalizaram a sociedade
portuguesa e levaram os portugueses a quererem correr com os socialistas
FONTE: https://sol.sapo.pt/2024/05/09/a-demagogia-e-o-populismo-que-junta-ps-e-chega/
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