Por Maria da Graça
JOÃO DE DEUS RODRIGUES
À
Memória do Meu Filho:
João
Carlos Luís Rodrigues
Agora,
meu filho,
No
Esplendor da Luz Eterna,
Para
além da penumbra do Tempo,
Imagino-te
no Reino de Deus,
A
brincares com crianças
Na
palma da tua mão.
Mas,
mesmo assim,
A
tua ausência faz-me doer o coração.
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À
minha filha:
Ana
Sofia Luís Rodrigues
Um
dia, minha filha,
Um
dia que há-de vir,
Quando
todos forem como tu és,
A
Mãe-Natureza há-de sorrir.
E
as aves, em liberdade,
Com
a sua graça e arte,
Cantarão
por toda a parte!
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O
JARDIM DO RAPAZ DE BRONZE
Recordo-me,
com saudade,
Embora
o tempo já vá longe,
De
nos sentarmos sorridentes,
No
jardim do rapaz de bronze.
E
de ele, com o olhar fixo em nós. à sua frente,
Ver-nos
de mão dada,
Na
luz brilhante e fulgente,
Do
murmurar de uma noite estrelada,
Quando
éramos francos nas palavras,
E
nos gestos comedidos.
Mesmo,
perante o fogo da paixão,
Que
ateava o impulso dos sentidos,
Ao
bater do coração.
Eram
tempos da mocidade florida,
Que
nem as sombras esvoaçando,
Embaraçam
o rubor das cantigas,
Dos
namorados ao luar trovando...
E
sobre nós, atentas e serenas,
Observando
a nudez das nossas almas,
Crepitavam
estrelas ao longe,
Ao
ritmo do nosso beijo apaixonado,
Diante
do rapaz de bronze,
Que
nos observava,
Com
ciúme desmesurado,
Tentando
compreender a nudez
Do
nosso enlevo apaixonado.
Nessa
noite quente de verão,
Quando
a paixão sufocava as palavras:
Amo-te,
amor do meu coração.
E
a nossa inocência se quebrou,
Diante
do rapaz de bronze,
Que
ofegante nos acenou,
Quando
nos despedimos dele,
Depois
de ter presenciado,
Com
emoção,
O
nosso primeiro beijo apaixonado,
Nessa
noite quente de Verão.
In
O Acordar das Emoções -João de Deus Rodrigues
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