sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Os homens e os homúnculos da sociedade

 

Por  BARROSO  da  FONTE


1. Na última semana de outubro os diferentes canais televisivos atordoaram os tele- ouvintes que gostam mais de futebol do que de política. Até a meteorologia que vinha afastando a chuvas e o frio, mudou de cara e de careta, estragando os dias do ano que falam de vivos e de mortos. Os santos e os demónios revelam-se neste período do calendário que faz correr para os cemitérios, onde tudo acaba e a saudade começa.

Reporto-me não só aos mortos da Ucrânia, da Rússia, do Irão e àqueles que não resistiram à pandemia e a tantos que desaparecem misteriosamente e que nos avisam para os tempos que se avizinham.

Este intróito ocorre-me na hora em que escrevo esta crónica, aturdido pelo clima partidário que se viu e ouviu na discussão do orçamento do Estado. Não pareceu uma época de santos mas de diabos em que os mesmos que hoje pintaram o céu, ontem pintaram o inferno, com entoações infetadas, com paleios anedóticos, com mentiras bafientas. Quem chama democracia a esta bandalheira comportamental, deve ter caído no planeta errado e no espaço dos homúnculos que grunhem como noitibós.

As eleições no Brasil, a discussão do orçamento geral do Estado em Portugal e a lei que legitima na Espanha a mudança de século, indiscriminadamente.

 

2. Sou da idade de Cavaco Silva e, embora em armas e agrupamentos diferentes, ambos fomos oficiais milicianos no ultramar. Ambos, tivemos que dar o litro, eu como pastor da vezeira e de gado bovino, nas fragas de Barroso; ele em Boliqueime, mais abaixo a servir combustível para as alfaias agrícolas; ou gelados nas praias mais próximas do Algarve. Só uma vez esteve no Congresso do partido, a que ambos pertenciam, realizado na Figueira da Foz, em 1985, quando esse dirigente sindical, que tinha feito a 4ª classe de adulto, aos 45 anos, regressou desse congresso, vitorioso, como Cavaco Silva que foi o primeiro ato dos dez anos (1985-1995) como 1º ministro.

Domingos Ribeiro fora o militante mais vibrante nesse congresso; e por isso mais saudado, por ter sido sindicalista têxtil antes de Abril.

Nesse ano tinha eu cessado o meu mandato de 3 anos, como Diretor da Delegação no Norte da Comunicação Social do Norte, ao tempo em que esse sector tinha Almeida Santos como ministro. Até essa altura nunca eu tinha aderido a qualquer partido.

Domingos Ribeiro procurou-me e insistiu comigo, para aderir ao PSD, alegando que em democracia apenas se combate dentro dos partidos. Ao fim de um mês aderi à filiação porque iam decorrer eleições autárquicas e «eu poderia ser um candidato para a cultura, serviços administrativos, recursos humanos e educação», vaticinava o meu padrinho político.

Assim aconteceu. O PSD sozinho, pela primeira e única vez, ganhou as eleições. Mas o PS e o CDS deram as mãos e juntaram os seis votos, contra os restantes cinco. O PSD ganhara as eleições. Mas a oposição levou metade do mandato a remar contra a maré. Ao fim desses dois anos o partido vencedor, viu um dos seus vereadores ir para o Parlamento. E o Presidente da Câmara distribuiu meios tempos pelos seis opositores. Fora um mando infernal que me levou, a seis meses do fim do tempo regulamentar, indisponibilizar-me para a recandidatura.

Já, em 2009, por causa da aceitação, pelo representante do PSD, de concordar com o PS para que Cavaco Silva viesse a Guimarães associar-se à comemoração dos 900 anos do nascimento de Afonso Henriques, em: 5, 6, ou 15 de Agosto de 2009, desfilei-me do PSD.

O líder local desse partido se tivesse um mínimo de decoro não alinhava com o adversário local que confessou ser "bacharel em história mas de história pouco entender".

Tendo eu sido o vereador da Cultura e diretor do Paço dos Duques e do Castelo de Guimarães, não fui consultado, sobre a posição a tomar. E senti-me ofendido pelo que fundei, com outros, a Grã Ordem Afonsina que em 2028, em sintonia com a Câmara Municipal, vamos celebrar os 9 séculos da existência de Portugal. O repto foi meu e, se ainda cá estiver, lá estarei para celebrar os 900 anos do nosso país.


A chegada da Troika a Portugal, em 2011,  quando a roubalheira  xuxa levou o país à BANCARROTA, prejudicando milhões de Portugueses!






3. Tenho vindo a ler e a ouvir inverdades como punhos, contra Passos Coelho. O próprio Cavaco Silva veio a público murmurá-lo, alegando que subtraiu dinheiro ao povo e que não deveria ter extinto os Governos Civis.

Como teria feito Cavaco Silva se tivesse recebido as finanças como Passos Coelho as encontrou? E que falta fizeram os governadores civis a cada distrito? Não seriam eles as linhas avançadas dos partidos políticos para malbaratar as poupanças públicas?

Barroso da Fonte


Nota: As imagens e legendas são da responsabilidade de Tempo Caminhado.

1 comentário:

  1. Ó Senhor Doutor, eles grunhem como noitibós e de que maneira! Ouvem-se aqui por baixo, noite e dia, que parecem almas penadas em estertor. É uma agonia, uma morte lenta, escutá-los... - Já não chegava ratarem-nos as reformas! Uns malabaristas trampolineiros do pior... - T`arrenego !

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