domingo, 14 de novembro de 2021

SIDI – El Cid, o nascimento de uma lenda

 

 

El Cid terá nascido entre os anos de 1043 a 1048, na aldeia de Vivar, localizada nas proximidades da cidade de Burgos território pertencente a coroa de Castela e Leão sob o governo de Fernando I (1016-1065) e faleceu em 1099, em Valência.

De uma família de infanções foi mandado ainda jovem para viver na casa do filho mais velho de Fernando I, Sancho (1039-1072), que herdaria mais tarde o trono de Castela como Sancho II, o Forte.

O Cid, Rodrigo Díaz de Vivar, era alfabetizado e recebeu formação militar medieval com a sua inserção na mesnada do jovem príncipe Sancho.

Com a morte de Fernando I o reino foi dividido pelos três príncipes herdeiros. Rodrigo Díaz de Vivar, El Cid, passou a servir ao novo rei de Castela com o cargo de armiger.

Tal cargo mantinha-o ocupado recolhendo o tributo anual de Saragoça, muitas vezes mediante o uso de força. Ao lado do monarca, o cavaleiro lutou na chamada guerra dos três Sanchos.

Em 1072, durante o cerco a uma cidade, Sancho II foi morto sob circunstâncias até hoje desconhecidas, abrindo caminho para que Alfonso VI unificasse os territórios de Leão e Castela sem nenhum empecilho familiar à sua frente, já que seu irmão Garcia fora preso quando tentava retornar à Galiza.

Tal acontecimento parece ter afetado a relação entre El Cid e Afonso VI, sobretudo pela forte ligação de Rodrigo Diaz de Vivar com Sancho. Que mais afectada ficou com o mitológico (com toques de realidade) evento conhecido como “jura de Santa Gadea”, no qual conta-se que o cavaleiro burgalês teria feito o monarca castelhano-leonês jurar não ter tido participação alguma na morte de seu irmão. El Cid ficou em maus lençóis na Corte e foi obrigado a exilar-se, acompanhado de um pequeno grupo de guerreiros fiéis ao falecido monarca. Durante o seu período de desterro, El Cid desencadeou diversas empreitadas militares extorquindo parias das taifas do leste da península e lutando como mercenário a serviço dos muçulmanos (e outras vezes dos cristãos).

A sua mais famosa façanha foi a tomada de Valência, que governou durante cinco anos, de 1094 até a sua morte em 1099.

 

É desta história que trata o livro recentemente publicado por Arturo Pérez-Reverte, SIDI.

Uma magnifica narrativa, brilhantemente descrita, onde o autor demonstra um real conhecimento da história espanhola desta época. Conhecedor da arte equestre, do vocabulário andaluz do século XI, Pérez-Reverte, conta-nos, entre a miríade de versões, a sua história de El Cid. Um dos heróis da nossa meninice, agora divulgado num dos livros que, para nós, será um dos romances do ano!


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