J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho
Braga, Julho_2020
A costa marítima da Tanzânia foi “descoberta” pelo navegador português Vasco da Gama e o território foi colonizado por portugueses durante alguns anos. Depois houve colonização por misturas de alemães, ingleses, belgas e sul-africanos. Com intervenção das Nações Unidas, a Tanzânia, com o nome de Tanganyika, tornou-se independente em em 1962, tendo Julius Nyerere como presidente. Apesar de Julius Nyerere ter sido considerado o “Pai da Nação”, até porque foi um pacificador entre os povos de Zanzibar, essencialmente muçulmanos e os do continente, nem todos muçulmanos, quando abandonou voluntariamente a presidência, a luta política, que envolveu armas, acelerou-se. Claro que de forma
camuflada representante da URSS meteram o dedo. Com conhecimento disso,
os EUA também por lá andaram a tentar “travar”, até porque muitos clérigos
radicais formados na Universidade Wahabita tomaram conta das mesquitas de
Zanzibar e muitas do continente. Isso levou a que o DAESH assentasse lá arrais
que hoje continuam. As estatísticas oficiais dizem que no conjunto os cristãos
formam a maior parte dos religiosos, pouco maior que os muçulmanos, mas sabe-se
que em Zanzibar os muçulmanos, são de longa data, os que têm larga maioria. E sobre
o número de mesquitas e de igrejas cristãs nada se diz e muito menos sobre a
“invasão” de clérigos radicais que “vomitam” fogo sobre os cristãos e são a
base oculta dos terroristas. Só isso pode justificar a notícia do que aconteceu
em Agosto de 1998: a Al-Qaeda, grupo terrorista Islâmico, bombardeou as
embaixadas dos EUA na Tanzânia e no Kénia com elevado número de mortos.
O grupo terrorista DAESH foi batido na Síria
mas reforçou-se visivelmente na Tanzânia, nomeadamente em Zanzibar onde,
certamente, tem campo de treino militar que envolvem jovens naturais de Cabo
Delgado na outra margem do rio Rovuma, fronteira entre a Tanzânia a Moçambique.
Por isso, é um paliativo ineficaz, o governo de Moçambique mandar para Cabo
Delgado soldados formados em Boane, não sabendo por ventura, sequer a língua
usada em Cabo Delgado. Apesar de tudo isso, de modo incompreensível, o governo
de Moçambique, por se querer “agnóstico” não presta qualquer atenção à
infiltração de clérigos radicais em Cabo Delgado que, de Zanzibar, só têm de
passar na ponte sobre rio Rovuma
para o outros lado da fronteira.
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