JORGE LAGE |
O
«marron glacé» na sua ortografia é um neologismo, melhor dizendo, um galicismo.
Em francês diz-se «le marron glacé» e até em Espanha, com as duas maiores
fábricas de «el marrón Glacé» na Galiza e por mim visitadas. Aliás, o pai d’«el
marron glacé» na península Ibérica foi o meu saudoso amigo, José Posada (pai),
de Ourense, produzindo-o na empresa «Cuevas» e mais tarde na sua, «Marrón
Glacè». Quando adoptamos um neologismo, a regra é respeitar-se o género. Sendo
assim, quando escrevemos o «marron glacé», devemos respeitar o género da língua
francesa, daí «o marron glacê». Algumas mentes pensam que o marron glacê é uma
castanha e daí escreverem erradamente, «a marron glacê» e no plural terá que
haver concordância entre nome e qualificativo. Não se escreve «marron glacês»
mas, as «marrons glacês». Não sendo o «marron glacé» uma castanha, mas uma
transformação, com grande delicadeza e equilíbrio. Como já defendi à saciedade
que o bilhó não é uma castanha, mas um produto transformado e que a palavra é
«o bilhó» (masculino) também, o «marron glacé» é «masculino. Poder-se-á dizer
em português, sem sombra de erro, «castanha caramelizada», já que o bilhó foi
submetido a várias etapas de emersão cozendo e absorvendo, com equilíbrio, o
xarope de açúcar, sem perder a consistência. Em Portugal vende-se algum do
melhor marron glacé, produzido em Espanha e França. (marron glacé, foto de José
Posada)
Bela explicação. Obrigada
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