terça-feira, 16 de junho de 2020

O «Marron Glacé»



JORGE LAGE
O «marron glacé» na sua ortografia é um neologismo, melhor dizendo, um galicismo. Em francês diz-se «le marron glacé» e até em Espanha, com as duas maiores fábricas de «el marrón Glacé» na Galiza e por mim visitadas. Aliás, o pai d’«el marron glacé» na península Ibérica foi o meu saudoso amigo, José Posada (pai), de Ourense, produzindo-o na empresa «Cuevas» e mais tarde na sua, «Marrón Glacè». Quando adoptamos um neologismo, a regra é respeitar-se o género. Sendo assim, quando escrevemos o «marron glacé», devemos respeitar o género da língua francesa, daí «o marron glacê». Algumas mentes pensam que o marron glacê é uma castanha e daí escreverem erradamente, «a marron glacê» e no plural terá que haver concordância entre nome e qualificativo. Não se escreve «marron glacês» mas, as «marrons glacês». Não sendo o «marron glacé» uma castanha, mas uma transformação, com grande delicadeza e equilíbrio. Como já defendi à saciedade que o bilhó não é uma castanha, mas um produto transformado e que a palavra é «o bilhó» (masculino) também, o «marron glacé» é «masculino. Poder-se-á dizer em português, sem sombra de erro, «castanha caramelizada», já que o bilhó foi submetido a várias etapas de emersão cozendo e absorvendo, com equilíbrio, o xarope de açúcar, sem perder a consistência. Em Portugal vende-se algum do melhor marron glacé, produzido em Espanha e França. (marron glacé, foto de José Posada)

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