Por BARROSO da FONTE
Teve a demoníaca
ideia de alterar as regras do jogo que a tradição firmara ao longo de 40 anos.
Da solução histórica
nasceu a «geringonça» que obrigou muitos eleitores a engolir sapos vivos.
Alguns desses
sapos introduziram na sociedade Portuguesa leis iníquas que os nossos
antepassados dariam voltas nos túmulos se ressuscitassem e pudessem conhecer o
que alguns dos seus descendentes introduziram no mundo que eles nos legaram.
As campanhas
eleitorais destinam-se a fazer o balanço do trabalho de quatro anos. Tal e qual
se faz nas associações, nos conselhos de administração, nos institutos, nos
fins de qualquer feira da ladra.
São os tais
balanços, acrescidos do relatório das contas positivas e/ou negativas, às vezes
com prémios outras vezes com castigos para os executantes.
Na campanha que
está em curso, esses executantes são obrigados a explicar todas as dúvidas acerca
dos êxitos ou fracassos. É um direito que têm os eleitores e também os
candidatos que se perfilam rumo a novo mandato.
O executivo tem
obrigação de responder, sem remoques, a quanto se questiona. Ora é aqui que
reside a prepotência, o desplante, a fúria de quem se furta a responder, ou a
responder torto, grosseiro e prepotente.
Os eleitores ou
quem os representa têm pleno direito a questionar todos aqueles que tiveram
funções governativas. Ora António Costa disse abertamente nas televisões, «Não
Admito»!
Já tinha dito que
em política não se deve «levar à letra» o significado das palavras. Num
jurista esta afirmação é excessivamente comprometedora.
António Costa
andou quatro anos a acusar Passos Coelho de má governação. Depois do que fez ao
seu camarada António José Seguro e dos desastrados «casos» com os incêndios que
fizeram tantas vítimas mortais, com os escândalos dos dinheiros doados para a
recuperação das casas, com as pedreiras, com Tancos, deveria ter uma linguagem
para com quem lhe recuperou as finanças públicas, deixadas pelo governo de
Sócrates e do qual ele era o número dois.
Do alto dos meus
quase 66 anos de jornalismo militante e quarenta e cinco de democracia, nunca
tive tanto receio em escrever aquilo que queria dizer, como nestes últimos
meses de campanha eleitoral. Li numa fonte credível que o líder do PS gastou
75% do tempo de antena, sendo os restantes 25%, distribuídos pelas diferentes
forças partidárias. Desde as primeiras eleições livres, se habituaram os
portugueses a seguir a ordenação desses tempos de antena do mais, para o menos,
votado. Que eu saiba não foi alterada essa ordenação que deveria manter-se,
enquanto não houvesse novas eleições legislativas. Como se sabe, a «geringonça»
que nos governou nestes quatro anos, foi constituída por três partidos,
perfeitamente identificados. O critério dos tempos de antena deveria manter-se
até dia 6 de Outubro próximo porque quem ganhou essas eleições foi o PSD. Este
é um novo atropelo à liberdade de expressão, ou uma nova forma de censura.
Outro exemplo não
menos eloquente foi a suspensão do programa «sexta às 9», da autoria de Sandra
Felgueiras, na RTP. Incrivelmente foi suspenso e/ou e adiado, sendo um dos
melhores programas de investigação televisiva, apenas para omitir a verdade, o
que constituiu uma afronta à democracia.
No jornal abc de
27 de Setembro findo publicou-se uma carta da deputada europeia, Ana Gomes:
«aos prezados Comissários», afirmando: «Envio, em anexo, informação
recentemente publicada pelos media portugueses sobre o último escândalo que
está, desde 27, a abalar a opinião pública em Portugal. Relaciona-se com os
bancos da Caixa Geral de Depósitos, que é detido pelo Estado, e Novo Banco
(NB), sucessor do falido Banco Espírito Santo, com 75% das acções vendidas, em
2017, pelo Governo ao americano Lone Star Fund. Os media portugueses tiveram
acesso ao relatório de uma auditoria levada a cabo pela Ernest & Young, de
acordo com a qual os prejuízos do CGD atingem os 1200 milhões de euros, em
resultado de cerca de 40 créditos de alto risco, que foram concedidos entre os
anos de 2000 e 2015. Apenas um destes empréstimos por reembolsar atinge o valor
de 500 milhões de euros! O relatório indica que, em alguns casos, sucessivas
direções da CGD, deliberadamente ignoraram os pareceres dos departamentos de
controlo internos, enquanto noutros casos esses pareceres nunca foram
solicitados. Isto indica que vários gestores de topo da CGD contribuíram,
ativamente, para a criação de prejuízos ao, deliberadamente, concederem
créditos com pouco ou deficiente colateral. 0s contribuintes portugueses já
pagaram 5,7 mil milhões de euros para resgatar a CGD. Embora a maioria dos
portugueses defendam que a CGD deve permanecer sob o controlo do Estado, não
podendo aceitar a opacidade que protege gestores corruptos ou incompetentes e
criminosos beneficiários de elevados empréstimos por reembolsar, assim lhes
proporcionando impunidade. A lista dos maiores devedores responsáveis pelo
crédito malparado da CGD passou agora a ser do domínio público, contrariando
vigorosos esforços da direcção da CGD e do Governo para impedir a sua
divulgação, recusando mesmo submetê-la ao Parlamento português, chegando a
recorrer a decisões judiciais para esse fim».
GRAMSCI, o principal ideólogo comunista do Ocidente, e em cujas teses se apoia esta imprensa corrupta |
A corajosa
deputada socialista apelou aos «prezados Comissários» que indiquem ao governo
português que «deve agir de forma a que todos os indivíduos ou empresas
reembolsem os créditos malparados e que assegurem que os anteriores gestores da
CGD sejam processados pelas responsabilidades em gestão criminosa e fraude em
relação aos fundos da Caixa, do Tesouro e dos contribuintes».
Este é o exemplo
preclaro de que nem Ana Gomes pode dizer na imprensa nacional, sendo preciso
recorrer ao abc que é online e destinado aos emigrantes da
Diáspora pela mão atenta de Raul Mesquita.
Sem comentários:
Enviar um comentário