Alice Oliveira,
nascida e criada no Minho, num meio pobre, sem horizontes, nos anos 50 do
século passado, afronta o destino emigrando para o continente africano, fazendo
parte do número reduzido de portugueses que permaneceu na antiga colónia belga do Congo após a independência.
Serviu as autoridades portuguesas como informadora, a quem denominavam Madame X.
Para os mercenários que combatiam pela secessão do Catanga era a “mãe”
(Kisimbi).
A Última viúva de
África é uma narrativa muito bem construída
por Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário do coronel Carlos Matos Gomes,
antigo oficial das forças especiais portuguesas, conhecedor exímio da realidade
da Antiga África Portuguesa. A referência a César
Dante, personagem breve do volume, prova-o na plenitude. Este jornalista
italiano, Dante Vacchi, com a descrição ali invocada é aceite como o fundador
dos Comandos portugueses. Muitas das personagens fictícias são, na forma,
personagens reais.
O autor
Carlos Vale Ferraz,
pseudónimo literário de Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24 de julho de 1946, em
Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo cumprido comissões em
Angola, Moçambique e Guiné. Algumas das suas obras foram adaptadas ao cinema e
à televisão, e colaborou com Maria de Medeiros no argumento do filme Capitães
de Abril. É investigador de História Contemporânea de Portugal. Publicou, como
Carlos de Matos Gomes e em coautoria com Aniceto Afonso, os livros Guerra
Colonial, Os Anos da Guerra Colonial e Portugal e a Grande Guerra. No catálogo
da Porto Editora figuram os seus romances A Última Viúva de África (2017),
Prémio Literário Fernando Namora/2018, e Nó Cego (reeditado em 2018), uma obra
de referência obrigatória na ficção portuguesa sobre a guerra colonial.
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