Sempre muito atenta ao
todo que um qualquer texto de transmontano surja nas páginas suas preferidas, a
mondinense Maria da Graça Matos há dias telefonou-se muito curiosa a perguntar
quem era um tal Relvas que Barroso da Fonte citava em artigo seu na página Tempo Caminhado. Com franqueza também eu
não sabia e pouco sei desse apelido, senão daquele que foi proprietário da Casa
dos Patudos, em Alpiarça. E de seu nome José Azevedo de Mascarenhas Relvas,
este republicano, nasceu na Golegã, a 05 de Março de 1858; e faleceu em
Alpiarça, a 31 de Outubro de 1929. Só pode ser este Relvas, pensei, o citado,
já que foi um dos ribatejanos que na 1ª Republica ocupou o cargo se senador por
Viseu, antes de depois ser nomeado embaixador em Madrid. Foi dos que se bateu
em comícios de grande dimensão contra a proteção dada aos vinhos licorosos do
Douro e não aos dos agricultores ribatejanos de que ele também fazia parte, por
isso se tornou republicano.
Da Província da Beira
Alta que foi criada em 1832, passaram a fazer parte as comarcas de Viseu,
Lamego e Trancoso. Esta veio substituir a antiga província da Beira, com a
capital em Viseu. Em 1835 o país passou a ser dividido por distritos, e a
Província da Beira Alta foi então restaurada, como unidade estatística e de
referência regional, e os seus limites correspondentes ao distrito de Viseu. Em
1936, já com Salazar, agora além do distrito de Viseu, também o da Guarda foi
integrado na mesma. Esta nova divisão em províncias baseou-se num estudo
geográfico das regiões que dividia, Portugal Continental, em 13 “regiões
naturais”, entre as quais a Beira Alta e a Beira Transmontana (que englobava
todo o distrito da Guarda, exceto o concelho de Vila Nova de Foz Côa). Dos
geógrafos por norma não são consultados, e por isso Orlando Ribeiro, uma
sumidade em Geografia, já na reforma de 1936 considerou tratar-se de um erro
crasso, mas os políticos não atendem, eles é que são os sabichões...
Mas também não é deste
Relvas que se trata, mas é sim do Miguel Relvas, que no governo de Durão
Barroso tentou reformar as divisões administrativas com a criação de um novo
mapa regional onde constam as três principais categorias: Grandes Áreas
Metropolitanas, Comunidades Urbanas e Comunidades Intermunicipais. Foi esta que
ficou conhecida por “Reforma de Relvas” a que Barroso da Fonte fez referência e
nem eu nem a minha conterrânea nos recordávamos. Mas agora já ficamos a saber,
e mais: que ontem como hoje, cada um cuida de si e Deus de todos. Do povo que
no campo, na fábrica, no escritório, na escola ou nos serviços labora, diz quem
governa: aguentem porque os euros não chegam para satisfazer toda a gente; e
primeiro estamos nós.
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