O
acontecimento nacional deste Natal, foi o anúncio da demissão do então
Primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes. À época o Presidente da República,
Jorge Sampaio, a três dias do Natal, assinava o decreto de dissolução do
parlamento e convocava eleições antecipadas. O Governo de então, note-se bem,
era legitimo, e não havia razão consubstanciada para que fosse demitido.
Contudo, o Presidente Jorge Sampaio justificava o motivo apenas pela “falta de
credibilidade”do Governo de Santana Lopes, não a explicando, nem referindo que
tipo de causas justificavam essa “falta de credibilidade". À época, Jorge
Sampaio estava à vontade para tomar essa decisão. A comunicação social, onde
sempre predominaram as opiniões de uma certa burguesia urbana (de “esquerda”),
demolia a figura do então Primeiro-ministro. E a opinião de alguns energumenos
e invejosos da sua área política, era vastamente difundida nos órgãos da
comunicação social. O próprio Presidente da República estaria interessado numa
governação do partido Socialista, do qual foi sempre partidário e associado.
Santana
Lopes, com elevada conduta discordou profundamente da decisão, como muitos
portugueses decentes. Preparado para as eleições, sabendo que as iria perder
(pois estava o Mundo contra ele), Pedro Santana Lopes apelava aos dirigentes do
PSD e do CDS para manterem “elevação no debate político” e pedia aos militantes
para manterem a serenidade.
No meio
desta patifaria o Banco de Portugal vendia 20 toneladas (!)
das reservas nacionais de ouro. Entre 1999 e 2004,
Portugal tinha-se desfeito de 125 toneladas de ouro!
A
imprensa (o jornal Expresso, diga-se), manipulada pelos do costume, à
época apontava em sondagem, que 43% dos portugueses consideravam que o agente
político responsável pela crise económica, era Santana Lopes! Só os broncos
iriam nesta cantiga. Mas o que é um facto, é que foram os broncos que venceram
nesse tempo. Santana Lopes esteve no poder oito meses. Como era possível ser o
responsável se de 1999 a 2004 se venderam 125 toneladas de ouro da reserva
nacional?
Nessa
altura Ricardo Salgado fazia manchetes nos jornais, dando-se ao luxo de não
comparecer a uma reunião com o Ministro Saúde. E Mário Soares no discurso dos 80 anos dizia: “... é
preciso um acto de contrição para separarmos o trigo do joio”.
O facto
que a História irá julgar, é o joio que estes cavalheiros elegeram
em 2005: José Sócrates e a tralha que o acompanhou, como por exemplo, Maria de
Lurdes Rodrigues.
Santana Lopes, hoje é o que é, e o joio
também.
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