sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Asilo no Caimbambo (ANGOLA)

 
Por: Costa Pereira
Cerca das 10h30, partimos rumo ao Planalto Central angolano. O tempo estava soalheiro, mas nestas terras até o comportamento da meteorologia não raro estraga os planos de quem quer que seja.
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Eram 10h27 quando atravessamos a pequena ponte sobre o também modesto rio Caimbambo, onde junto uma placa assinala o fim da localidade.
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A viagem é longa e a estrada pouco ou nada convidativa para se fazer de noite, por isso há que aproveitar. Depois o tempo é outro condicionante, como vão ver...
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Aqui até as vacas decidiram travar a pressa, a quem a tem. Faz lembrar a Terceira, onde em Angra do Heroísmo as vacas têm mesmo prioridade nas estradas secundárias. Que remédio!
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Aqui o famoso morro dos "irmãos gémeos" que pela sua configuração em "V" os politiqueiros recentemente baptizaram de "morro da vitória" .
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Não muito afastado e já próximo da progressiva vila do Cubal fica a "Pedra que Beija" termo que se deve a uma pedra de grande dimensão parecer estar a ser beijada por outra de dimensão reduzida e feitio de pessoa. Como as vacas também esta me fez reduzir a marcha.
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Dez minutos depois da Pedra que Beija, tínhamos já atravessado o Rio Cubal e feito o desvio que mais uma vez nos impediu de passar pelo centro da vila, dando connosco numa aldeia em feira onde o desvio desemboca em direcção à Ganda
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A Ganda é um município que tudo aponta há-de voltar a ser dos mais importantes de Benguela. Se não estou em erro é dos únicos municípios vizinhos que neste momento dispõe de multibanco
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Ainda muito carenciada a cidade da Ganda tem como seu padroeiro São João Baptista ou não fosse o município rico em linhas de àgua, muito mal aproveitadas.
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Como atrás disse as condições meteorológicas aqui condicionam a circulação de pessoas e bens e quem já tem experiência por conhecer o terreno sabe disso. Percebi que não foi por mero capricho que devíamos sair o mais cedo possível de casa. É que na estação das chuvas as trovoadas no Planalto ocorrem com frequência e em certas situações não se pode circular. Aqui já no Alto Catumbela, começou-se a prever o pior....
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Confiado aos cuidados maternais de Nossa Senhora da Conceição do Alto Catumbela, e percorridos já os 18km que separam esta vila da sede do município, andamos mais uns 2 ou 3km para lá do centro da povoação que teve a maior fábrica de celulose e papel de Angola, e hoje é como que uma aldeia fantasma, tudo na expectativa de podermos prosseguir viagem, mas em vão.
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Ainda tive tempo para tirar uma foto da chaminé sem fumo, mas logo a seguir deparei com o pandemónio....do trânsito
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A chuva tinha feito das suas, ali mais um dos muitos desvios enlameou-se e quem tentou passar naquela situação ficou atolado. Muito boas vontades, mas uma coisa é certa "sem ovos não se pode fazem omeletas".
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Esperou-se ainda que um milagre se desse, mas quando começamos a ouvir os motoristas dos camiões dizer que único remédio era ali pernoitar, pois a isso já estavam habituados, o que nos acorreu á mente foi inverter a direcção e regressar ao Caimbambo a tempo de jantar.
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Cerca das 15h00, deixamos a barafunda, para depois de com uns 250 km gastos em seco por terreno encharcado ir pedir asilo no Caimbambo.

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Alguém comentou este post, e disse:Parte superior do formulárioParte inferior do formulárioPois é, não pára em lado nenhum, tanto lá no Safari como cá!... Sempre de um lado para o outro...! Estas coisas dos atolamentos nas estradas, que não são estradas, só lama, coitados dos desgraçados , acontecem , porque o governo não desembarga o dinheiro para as construções que levem a melhorar a vida dos populares, tanto de estradas como de edifícios de bem comum. Primeiro tem de se calçar a familia toda do presidente, á grande e à africana; a ralé, que se lixe. Depois é claro que nem se vendem as máquinas, pois já os de lá não conseguem mandar dinheiro para cá. Não autorizam transferências bancárias”.

Ao mesmo respondi: “Os nossos ao menos são mais precavidos, comem com os que mais tem e de vez em quando dão umas migalhitas aos pobretes seus correligionários que, tapados, mantém a corja no poleiro a lixar a malta. Todos os mesmos, só que os de cá são brancos....”.
continua

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