quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ilha da Madeira - a Pérola do Atlântico-V

Ilhéu Mole

Ilhéu da Rocha do Navio
Por: Costa Pereira
     Portugal, minha terra.
Continuando na rota dos primeiros povoadores da costa sul da Madeira, o mareante dobrando a imponente falésia do Cabo Girão de pronto vai dar de caras com o ilhéu do Campanário e uma milha ou nem tanto mais adiante tem a Ribeira Brava, vila e sede de concelho consagrada a São Bento, padroeiro da Europa. Crê-se que a sua fundação ronde o ano de 1440 e que também o nome, como em Câmara de Lobos, tenha sido dado por João Gonçalves Zarco, inspirado na fúria com que teria visto os caudais da ribeira que vinda dos lados da Encumeada e Serra de Água ali tem a sua foz.
Outra terra de renome a seguir à Ribeira Brava é a Ponta do Sol, cujo povoamento foi dos que teve início em 1425, remontando a 1501 a sua elevação à categoria de vila. Consagrada a N. S. da Luz, a Ponta do Sol, vila e sede de concelho, deve o seu topónimo a “uma ponta de rocha que entra pelo mar dentro e na qual se refletem os raios solares”- aqui Gonçalves Zarco limitou-se a explorar a fertilidade do solo, deixando que a natureza se encarrega-se de batizar o  espaço... Entre a Ponta do Sol e Ponta do Pargo fica a Calheta, vila e sede de concelho que envolve, entre outras, as antigas paróquias de São Brás do Arco da Calheta e São Pedro da Ponta do Pargo.
Cabo Girão
         Consagrada ao Divino Espírito Santo, a também vetusta paróquia da Calheta foi elevada à dignidade de vila nas primeiras décadas do Séc. XIX; quanto ao topónimo dizem-no associado “à pequena enseada existente na costa marítima”. Sede do concelho mais ocidental da ilha e com maior dimensão, além da Calheta abrange as freguesias dos Prazeres, Arco da Calheta, Estreito da Calheta, Fajã da Ovelha, Jardim do Mar, Paul do Mar e Ponta do Pargo.
Calheta
           Entre a Ponta do Pargo e a Ponta do Tristão ficam as Achadas da Cruz e a  Santa, duas freguesias de Porto Moniz. A primeira, famosa pelo seu artesanato, associado aos labores em vime e à cultura e fiação de linho; e a segunda, devido à sua importância  ágro-pecuária. Vila e sede de concelho, Porto Moniz é o nome que em 1533 passou a designar a até então freguesia da Ponta do Tristão. Situada no ponto mais a noroeste da ilha, o topónimo surgiu em homenagem ao senhorio daquele local, Francisco Moniz, casado com uma neta de Gonçalves Zarco. Consagrada a N. S. da Conceição, a vila de Porto Moniz desenvolveu-se ao redor duma primitiva capela mandada construir ali por esse povoador, e é das freguesias mais antigas do norte da Madeira.
Ribeira Brava
Contornado o ilhéu Mole, vizinho das piscinas naturais,  em direção aos ilhéus da Ribeira da Janela é que de facto se deu entrada na chamada costa norte da Madeira, onde depois da Fajã da Parreira e de Santo Antão do Seixal fica situada a paróquia de São Vicente, vila e sede de concelho a que pertencem as freguesias de Boaventura e Ponta Delgada. O estatuto de vila só lhe foi concedido em 1744, e o início do povoamento supõe-se tenha ocorrido por volta dos finais do Séc. XV. As grutas de São Vicente são dignas de ver, e a praia, como as demais da ilha, de areia e calhau negro, também.
Câmara de Lobos
De São Vicente, pela Fajã da Areia e Ponta Delgada, até à Ponta do Clérigo, o mareante antes de alcançar a cidade de Santana, pode apreciar no percurso sítios encantadores que fazem parte deste concelho criado em 1832, como: Arco de São Jorge, Cabanas de São Jorge, São Jorge, Ponta de São Jorge, ilhéu de São Jorge, Ponta de Santana e ilhéu da Rocha do Navio. Situada na costa norte da Madeira, a cerca de 315 metros de altitude, Santana surge associada e vai buscar o nome “a uma pequena capela consagrada a Santa Ana que, durante muitos anos, caracterizou a zona mais interior da ilha”. Paróquia e sede de concelho, Santana foi elevada a cidade em Janeiro de 200l e obriga a uma visita, ali, todos quantos venham à descoberta deste encantador jardim  suspenso no Atlântico.

Sem comentários:

Enviar um comentário