Costa Pereira Portugal, minha terra. |
Consagrada a Nossa Senhora da Conceição, a cidade do Machico após cerca
de 586 anos ser pisada por Tristão Vaz Teixeira, continua a desfrutar do
prestígio que lhe advém desse assinalado facto, que como já se sabe marcou o
início da ocupação e povoamento da Madeira.
Com foral e a dignidade de vila desde 1450, também a partir de 1996, o
Machico passou a gozar do estatuto de cidade; atributo que veio premiar e
reconhecer o importante papel que ao longo da história a urbe tem desempenhado
em prol de Portugal continental e insular. Pode mesmo considerar-se que a
história da Madeira começa aqui, e que diga-se em boa verdade também cedo isso
foi reconhecido; basta ter em conta que ao serem criadas as capitanias, com o objetivo de definirem um certo “espaço territorial e uma determinada jurisdição”, a primeira terra insular a merecer
essa honraria foi precisamente o Machico, em 1440, com Tristão Vaz Teixeira a
ser investido seu 1º Capitão do donatário.
Também seguindo daqui, em jeito de navegador, pela costa sul, a mesma
direção dos primeiros que, em 1418 (?), com João Gonçalves Zarco seguiram para
aportar no Funchal e dali continuarem o povoamento da ilha até à Ponta do Pargo, o mareante vai daí a
pouco encontrar-se com o extremo norte da prolongada pista do Aeroporto da Madeira, e depois, de
dobrar a Ponta de Santa Catarina, dar
entrada no centro de São Salvador de
Santa Cruz, sede doutro importante município rural que D. Manuel I fundou, em
1515, e que também foi elevada a cidade em 1996. Deste município fazem parte as
desabitadas ilhas Desertas, afastadas
de terra cerca l5km, e bem visíveis, sobretudo para quem hoje de avião chega à
Madeira.
Depois de Santa Cruz e dobrada a Ponta
do Garajau, dá-se entrada na ampla e acolhedora baía do Funchal, onde em
forma de semicírculo a sedutora capital do arquipélago da Madeira parece
emergir do fundo do Atlântico em florida ascensão até às elevadas escarpas do interior
madeirense. Consagrada a Nossa Senhora da Assunção (ou do Calhau), a cidade do
Funchal teve em João Gonçalves Zarco o seu 1º Capitão do donatário, em 1450; e
foi a primeira paróquia criada na Madeira, logo poucos anos após o início do
povoamento da ilha. A origem do topónimo deve-se ao nome duma erva de sabor
adocicado conhecida por funcho
(foeniculum vulgare) que ao tempo das Descobertas
abundava no rossio fronteiro à baía e nas linhas de água que dos montes para
ali apontam. Assim como também a ilha deve o nome à densa floresta com que nos tempos das Descobertas se revestia e
ainda hoje de certo modo reveste.
Saindo do Funchal pelo lado do Lido,
mal se dobre a Ponta da Cruz e deixe
a praia Formosa para trás, entrou-se
na baía de Câmara de Lobos, bem delimitada pela base do Pico da Torre e a Fajã dos
Padres, uma das área onde se cultiva o vinho de melhor qualidade da
Madeira. Vila e sede de concelho é também uma das primeiras freguesias criadas
na ilha, por volta de 1430. Consagrada a São Sebastião, também como no Funchal,
em relação à igreja de Nossa Senhora do
Calhau, inicialmente a sede de paróquia foi a capela do Divino Espírito Santo, fundada por
Gonçalves Zarco. Quanto ao topónimo reza a tradição que foram os próprios
povoadores João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira quem deram o nome à
terra ao relacionar a baía com “câmara” e “de lobos” por nessa zona haver
muitos lobos marinhos.
Continua
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