A primeira detecção directa de “ondas gravitacionais primordiais” mostra
que, quando o Universo tinha apenas um décimo de bilionésimo de
bilionésimo de bilionésimo de segundo de vida, sofreu uma brutal
expansão. Resultado também mostra que Einstein tinha razão.
O físico norte-americano Alan Guth propôs, em 1980, a ideia de que
quase imediatamente após o Big Bang – a cataclísmica explosão que criou o
espaço e o tempo, há uns 13.800 milhões de anos –, o Universo, que era
inicialmente um grãozinho microscópico, adquiriu de forma incrivelmente
rápida mais ou menos o tamanho de uma bola de futebol. Esta brutal
“inflação” – a palavra é de Guth – permitia, nomeadamente, explicar por
que é que o Universo é tão uniforme em todas as direcções.
Os especialistas sabiam que a inflação teria
produzido ondulações no espaço-tempo, chamadas ondas gravitacionais,
previstas pela Teoria da Relatividade Geral de Einstein mas ainda por
confirmar.
Esta segunda-feira, uma equipa internacional de
cientistas anunciou nos Estados Unidos ter finalmente conseguido “ver”
directamente, pela primeira vez, ondas gravitacionais que, quase para
além da dúvida, são “ecos” da inflação inicial do Universo. O resultado
não só confirma a última previsão da teoria de Einstein que ainda
estava pendente, como também mostra, de forma convincente segundo os
cientistas, a realidade da inflação cósmica inicial. Quando tinha apenas
um décimo de bilionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo de
vida, o Universo inchou-se exponencialmente em apenas uns milhares de
bilionésimos de bilionésimos de bilionésimos de segundo.
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