O pensamento económico,
identificou, há muito, os modernos princípios económicos, com os pensadores do
Iluminismo, essencialmente com Adam Smith.
Em economia existem duas teorias: a subjectiva e a teoria do valor com
base na mão-de-obra, geralmente associada a Karl Marx. Na verdade, Marx não
afirmava que qualquer tipo de trabalho tinha, ipso facto, valor. Mas admitia que as coisas só teriam valor se os
indivíduos lhes atribuíssem um valor de uso. E a partir desta premissa, o valor
de um bem seria determinado pelo número de horas de trabalho gastas na sua
produção. Rosa Luxemburgo anotou há muito, as deficiências marxistas, e muito
antes de Rosa e Marx, outros foram mais consistentes na elaboração dos
princípios económicos, que antecipavam e refutavam um dos grandes erros
económicos da modernidade. Mas já lá vamos.
É hoje bem notado que o
próprio Adam smith, o campeão da economia de mercado e da liberdade, contribuiu
para a formação da teoria marxista, no século seguinte. Assim como pensadores como Jonh LocKe que
conferiam enorme valor à mão-de-obra. Todos familiarizados com Calvino, o
grande obreiro (e luminária do protestantismo) da importância do trabalho. Emil
Kauder é bem explicito nesta questão.
Já nos países católicos (e
aqui kauder chama a atenção para França e Itália), influenciados por uma linha
de pensamento aristotélica e tomista se não sentiu tanto a atracção pela teoria
do valor com base na mão-de-obra. Pois São Tomás de Aquino e Aristóteles
consideravam que o objectivo da actividade económica era a derivação do prazer
e da felicidade. Desrta forma, os fins da economia eram profundamente subjectivos, como o defenderam séculos
antes os homens da Escolástica, os fundadores da economia cientifica, a quem
Joseph Schumpeter (1954), presta homenagem.
É notório o contributo de
João Buridano (1300-58) na teoria da moeda, assim como o de Nicolau Oresme
(1325-82, seu aluno) que estabeleceu o principio que viria a ser conhecido como
Lei de Gresham.
Já da Escolástica tardia
são de apontar os trabalhos de Martin de Azpilcueta (1493-1586), e do cardeal
Caetano (1468-1534).
Porém, um dos mais
relevantes princípios económicos, amadurecido pelos pensadores da escolástica
tardia, foi a teoria subjectiva do valor, inspirada nos comentários de Santo
Agostinho n’A cidade de Deus. E ela defendia que o valor não deriva de factores
objectivos, como os custos de produção e a quantidade de mão-de-obra empregue,
mas da apreciação subjectiva dos indivíduos.
Pierre de Jean
Olivi1248-98), foi o primeiro a propô-la, seguido de São Bernardo de Sena e
Luís saraiva de la calle que no século XVI dizia: …” Porque o justo preço
resulta da abundância ou escassez de bens, mercadores e dinheiro […], e não dos
custos, da mão-de-obra e dos riscos…”.
A eles se juntaram o
cardeal Juan de Lugo (1583-1660) e Luís de Molina.
Armando Palavras
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