Nota Informativa de Saúde
Watchman é indicado para doentes
que não podem ser medicados com anticoagulantes orais.
Dispositivo inovador diminui 75%
do risco de AVC em doentes com fibrilhação auricular
Lisboa, 5 de Junho de 2012
Estudos recentes demonstram que o
dispositivo Watchman da Boston Scientific diminui 75% do risco de acidente
vascular cerebral (AVC) em doentes com fibrilhação auricular, uma das
principais complicações desta arritmia cardíaca e vulgarmente conhecida como
"trombose cerebral". É a única solução disponível para quem não pode
ser medicado com anticoagulantes orais (ex. varfarina) o que em Portugal
corresponde a uma população de cerca de 9 mil doentes.
Esta metodologia inovadora
permite encerrar o apêndice auricular esquerdo através da colocação do
dispositivo Watchman, da Boston Scientific, que é introduzido por via
percutânea, ou seja, através de um cateter introduzido numa veia, sem
necessidade de cirurgia.
O apêndice auricular esquerdo é
uma pequena cavidade do coração que, tal como o nome indica, está anexa à
aurícula esquerda. Em caso de fibrilhação auricular, esta cavidade perde a sua
capacidade de contração e o sangue estagna no seu interior podendo formar
trombos (coágulos). Os AVC’s resultam do bloqueio súbito de artérias cerebrais
por trombos que se libertaram do apêndice auricular para a corrente sanguínea.
Inúmeros estudos demonstram que mais de 90% dos trombos formados em doentes com
fibrilhação auricular têm origem neste apêndice. O dispositivo Watchman permite
encerrar o apêndice auricular e eliminar a possibilidade de formação de trombos
a partir desta cavidade.
O Dr. Eduardo Infante de
Oliveira, Cardiologista do Hospital de Santa Maria, afirma que “o encerramento
percutâneo do apêndice auricular esquerdo já foi utilizado com sucesso em 30
doentes portugueses que, por motivos vários, não podiam ser tratados com
medicamentos anticoagulantes, melhorando a sua qualidade de vida e reduzindo
significativamente o risco de sofrerem AVC, que nos doentes com fibrilhação
auricular é muito superior ao da restante população. O risco de AVC aumenta com
a idade, mas também o risco de hemorragia. Os mais idosos são os que mais
beneficiam do tratamento com medicamentos anticoagulantes mas simultaneamente
podem sangrar com mais facilidade. É um importante avanço poder oferecer um
tratamento alternativo."
O Watchman é o dispositivo de
encerramento do apêndice auricular esquerdo mais estudado, com mais de 2 mil
doentes envolvidos em estudos prospetivos e cerca de 4 mil doentes em
acompanhamento pós-cirurgico. O dispositivo foi bem recebido em mais de 30
países e é uma alternativa segura e eficaz ao tratamento com anticoagulantes
orais.
Em Portugal o tratamento está
disponível nos hospitais Santa Maria, Santa Marta, Santa Cruz, Centro Hospitalar
dos Covões.
Sobre a fibrilhação auricular
A fibrilhação auricular, a
arritmia mais frequente na prática clínica, constitui-se hoje como um dos mais
importantes fatores de risco para o acidente vascular cerebral (AVC). Trata-se
de um distúrbio do ritmo cardíaco caracterizado pela contração rápida e
descoordenada das câmaras superiores do coração (aurículas) conduzindo a
batimentos cardíacos rápidos e irregulares.
Os impulsos elétricos
extremamente rápidos originados nas aurículas são transmitidos em parte aos
ventrículos (câmaras inferiores do coração), levando estas cavidades a
contraírem-se de forma acelerada e irregular. Os ventrículos, responsáveis pela
ejeção de sangue para as artérias, podem nalguns casos não conseguir manter um
débito de sangue suficiente para suprir as necessidades do organismo, podendo
assim comprometer o funcionamento dalguns órgãos. A frequência cardíaca
encontra-se normalmente entre os 60 e 100 batimentos por minuto, enquanto na
fibrilhação auricular é em geral mais rápida, podendo atingir valores entre 100
e 175 pulsações / min.
Estima-se que atinja cerca de
2,5% da população portuguesa acima dos 40 anos. É por si própria uma causa
importante de morbilidade e mortalidade tendo um risco de acidente vascular
cerebral (AVC) embólico elevado.
É um fator de risco independente
para a morte súbita cardíaca e para a mortalidade global. Na população acima
dos 50 anos de idade a sua incidência duplica por cada década de vida.
Sendo uma doença diretamente
ligada à idade prevê-se que a incidência desta doença cresça exponencialmente
nos próximos anos devido ao envelhecimento esperado da população mundial. Os
sintomas mais comuns são as palpitações, dispneia, cansaço e tonturas. Contudo,
muitos doentes não têm qualquer sintoma e desconhecem o seu risco acrescido de
AVC.
A inexistência de contração
organizada das aurículas provoca uma estase sanguínea ao nível das mesmas. Esta
estase sanguínea é propensa à formação de coágulos (trombos) que, formando-se
na aurícula esquerda, são potenciais causadores de AVC embólico.
A aurícula esquerda comunica com
o ventrículo esquerdo e este, por sua vez, bombeia sangue para o resto do
corpo. No caso da libertação de trombos formados na aurícula esquerda o trajeto
poderá levá-los para as artérias cerebrais provocando uma necrose (morte
celular) da zona onde se alojam os trombos, causando o AVC. Cerca de 90% dos
trombos auriculares são formados no apêndice auricular.
O risco de formação de trombos na
aurícula esquerda depende também de vários outros fatores de risco, sendo a
idade, a Insuficiência Cardíaca, a Hipertensão e a Diabetes Mellitus dos
fatores mais importantes.
Para mais informações/contactos
médicos:
Guess What P
Susana Viana
Telefone: (+351) 218 446 391
Telem: 91 09 33 693
De Jornal do Norte para Tempo
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