segunda-feira, 23 de maio de 2022

O bom aluno que ia para onde o ministro dissesse e a sorte a quem devo tantos vinhos

Michael J. Sandel, um dos filósofos mais influentes da actualidade, lançou recentemente um livro de grande interesse: “A Tirania do Mérito”.

Sandel não apresenta grandes novidades em relação aos grandes pensadores precedentes. Mas é corajoso em deitar por terra um conceito que tem dominado o pensamento há quatro décadas – a meritocracia.

Sandel não é contra esta, mas acredita e sustenta muito bem, que “o ideal de meritocracia é defeituoso” e que “precisamos de nos afastar, moral e espiritualmente, da arrogância dos bem-sucedidos, que acreditam que o seu sucesso é obra sua”.

É óbvio que Sandel tem carradas de razão. Muito do sucesso de alguns não depende apenas deles, mas também da sorte. Um conceito defendido pelos clássicos, que a designavam por “Fortuna”. Karl Popper tratou o tema há quatro décadas aplicando o termo da “conjuntura”, da “circunstância”.

É óbvio que o mérito próprio conta em muito para o sucesso individual, mas depende da “sorte”; dos amigos que nos rodeiam, da família onde nascemos, da “hora certa no local certo”, dos professores que tivemos, do momento político que se atravessou, e por aí adiante.

Mas sobre esta questão, e sobre este livro trataremos lá para diante, por agora basta-nos um texto de Pedro Garcias que trata o tema apontando um exemplo contado por Adriano Moreira. Exemplo que ouvimos várias vezes directamente ao Professor em encontros de Transmontanos

In: Fugas, jornal Público


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