SOL
| 29/04/2016
Entrevista ao SOL: 'Percebo que o
Presidente esteja a apoiar o governo', diz Passos Coelho
A frase é dita sem cinismo, embora se
perceba no tom uma clara distância entre Passos Coelho e o atual Presidente da
República - que o líder do PSD trata por “dr. Rebelo de Sousa”. Em entrevista
ao semanário “SOL”, a publicar amanhã, o líder do PSD traça ainda o retrato de
Marcelo, comparando o seu estilo com o de Cavaco Silva, seu antecessor. Porém,
neste aspeto, a afirmação política mais contundente do ex-primeiro-ministro diz
respeito a um eventual consenso do PSD com o Partido Socialista, ao qual
Marcelo Rebelo de Sousa apelou. “Não são possíveis consensos com este PS”,
arruma Passos Coelho.
Mas, na longa entrevista ao semanário, o
líder da oposição não se limita às relações com o governo e com Belém, passando
em revista toda a atualidade política nacional, desde a escolha de Maria Luís
Albuquerque para sua vice-presidente no partido às recentes polémicas que
envolveram João Soares ou o Colégio Militar, ou mesmo o conflito entre Mário
Centeno e o governador do Banco de Portugal.
Parte importante da entrevista é, aliás,
dedicada às questões da banca, que têm vindo a provocar rombos sucessivos nos
Orçamentos. Neste aspeto, Passos critica asperamente o primeiro-ministro,
António Costa, pelas opções que tem feito e dá razão a Isabel dos Santos
nalgumas críticas ao Estado português.
Entretanto, ao contrário do que poderia
pensar-se, Passos Coelho diz não ter pressa nenhuma em regressar ao poder,
mostrando-se tranquilo no papel de líder da oposição. “Não farei uma oposição
estridente”, garante. Para ele, este governo tem de mostrar o que vale, e isso
demora tempo. “Não se pode demitir um governo antes de se tornarem evidentes os
seus erros.” Além de que o país não pode andar sempre em eleições.
Mas a grande indignação de Pedro Passos
Coelho diz respeito ao modo como é tratado pelos partidos da maioria. “Fui
insultado até no plano pessoal quando estava no governo e sou insultado até no
plano pessoal agora, na oposição. Isto é intolerável num sistema democrático”,
insurge-se o líder laranja, adiantando que isto se passa perante a complacência
da comunicação social. E avança exemplos que comprometem os partidos que apoiam
a geringonça.
Já o mesmo não se passa na rua, segundo o
ex-primeiro-ministro. Passos Coelho diz que continua a ser procurado pelas
pessoas e revela o que lhe dizem.
Tudo para ler na edição impressa em oito
páginas
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