Aprender a gostar de ler. É esta a
competência mais importante que um professor tem de passar aos alunos. Não
importa se a aula é de Português, de História ou de Matemática, saber ler - não
juntar letras mas entender, interpretar, imaginar - é fundamental. Não é que
seja impossível, mas sem esse talento é dez vezes mais difícil desvendar a
solução dos problemas matemáticos, perceber a história universal, saber porque
faz mais calor em África do que na Islândia. É por isso que na Escola del Clot
há duas bibliotecas e os miúdos são incentivados a escolher nela novos volumes
a cada semana, a classificá-los com notas, tal qual eles próprios as recebem, a
recomendá-los ou aconselhar os colegas a não lhes pegar se os acharem
aborrecidos. Se uma criança não gosta de ler, há uma conversa para a desvendar,
tornar mais claros os seus interesses e razões, e lhe pôr depois no caminho o
tipo de histórias capazes de lhe despertar curiosidade. Pouco importa se são
livros de aventura, de mistério, de fantasia. O objetivo é que aprendam a
gostar de ler - sendo esse esforço bem-sucedido, bastará um sopro para que as
crianças cheguem por si aos melhores autores. Nesta escola catalã conduzida por
jesuítas, os alunos não são o alvo para descarregar informação rígida às
sacadas, passada - não ensinada, muito menos aprendida - com mais rapidez do
que qualidade para cumprir calendário. Aqui, elas são protagonistas,
participam, intervêm diretamente na sua aprendizagem. E é precisamente isso que
as prepara em condições para o que vão encontrar quando tiverem idade para
deixar a escola para trás. Uma das alunas explica-o com clareza: "O que
aprendemos aqui não esquecemos porque somos nós que vamos à procura." O
que a Escola del Clot faz é ensinar: explicar aos miúdos como e onde encontrar
informação, os métodos para trabalhá-la, como encontrar o seu próprio ritmo e
caminho de reflexão. Eles aprendem a pensar, a trabalhar, a dar o melhor de si.
Ainda não chegaram ao mercado de trabalho, estes miúdos. Mas os resultados
conseguidos no seu desenvolvimento já são suficientes para a Catalunha querer
aplicar o método a todas as escolas da região.
domingo, 1 de maio de 2016
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