Foi
há 42 anos que subi a Almirante Reis até à Alameda D. Afonso Henriques,
para tomar parte no desfile comemorativo do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, e na devolução da Liberdade ao povo ao povo português. Foi bonito e
único, uma manifestação sem identidade partidária. Me recordo ainda de junto ao
antigo cinema Império ter dito a um amigo que me acompanhou: Não se volta a
repetir coisa assim. Mas ele não acreditou no meu vaticínio. Passado pouco mais
de um ano, encontramo-nos, e após os cumprimentos da praxe, sai-se com esta:
Você parece que é bruxo. Já então o povo aparecia dividido e assim continua e
continuará.
Este ano foi a CGTP de Arménio Carlos e
que Jerónimo de Sousa apadrinha a fazer o mesmo trajecto desde Martim Moniz e
que juntou algumas centenas de filiados e simpatizantes da Intersindical vindos
de diversos pontos do país e não só. Dia memorável e para celebrar, em festa se
reuniram na Alameda, onde como é habitual se faz muitos apelos à unidade
sindical; e promessas de luta pelos interesses do trabalhador. Nada disto
faltou pela boca do responsável desta central sindical. Menos radical, mas com
os mesmos objectivos a UGT este ano escolheu Viseu para festejar o Dia do
Trabalhador, e ali também o seu secretário-geral, Carlos Silva, se diz empenhado
em exigir ao governo a reposição das 35 horas
de trabalho semanais para todos os trabalhadores da função publica,
independentemente do seu vinculo laboral. O que seria do pobre sem estas festas
e promessas consoladoras… Com modos diferentes de atingir fins idênticos, o
facto é que UGT e CGTP são duas centrais sindicais cujo relacionamento não é de
convivência. Todavia neste momento bem se podiam aproximar, pois ambas estão
mais comprometidas em defender o governo actual do que os interesses dos seus
associados e do país, ainda que digam que não.
Sem comentários:
Enviar um comentário