quinta-feira, 7 de abril de 2016

À espera das bofetadas

 
Tínhamos uma certa simpatia pela bonacheirice do dr. João Soares. Até tinha sido apoiante de António José Seguro, um tipo decente, bem diferente da tralha que o afastou da actividade politica. Mas qualquer pessoa decente, neste país de corruptos, sabe bem que o convite de Costa (com a aceitação dos sócios da governação usurpatória) para que exercesse o cargo da pasta da cultura, não passou de mais um “tacho” (procedimentos do ADN do PS português e da maralha que o apoia), que João Soares, sendo outro, dispensaria de bom agrado. Só por vaidade, pois as reformas disto e daquilo, enchem-lhe bem o bolso e a conta bancária.
Augusto M. Seabra, cronista do jornal Público, assinou esta semana um artigo que não abonava ao Ministro da Cultura. No mesmo, intitulado “Tempo velho' na Cultura", Seabra escreveu o que todos sabemos: "Que um governante se rodeie de pessoas de confiança é óbvio. Mas no caso do gabinete de Soares trata-se de uma confraria de socialistas e maçons". E acrescenta que o ministro da Cultura "quer dar nas vistas pegando em questões controversas que se arrastam", apontando como exemplo o caso das obras de Miró. Conclui que "o tão badalado 'tempo novo' é na cultura apenas o "tempo velho" dos hábitos socialistas".
Seabra expressou uma opinião pessoal, não mais do que isso. Mais mordaz foi o Doutor Pulido Valente, num dos seus artigos neste mesmo jornal, à cerca de mês e meio.
João Soares não foi de modas. Hoje, na sua página do Facebook reagiu ao artigo de Seabra, mencionando o Doutor Pulido Valente. Em síntese, prometeu a ambos (a Seabra e a Vasco) umas “salutares bofetadas”.
Bom, se a coisa ficasse por aqui … enfim, era mais lambada ou menos lambada – João de um lado e Seabra e Vasco do outro.
O pior é que João, na sua página ultrapassou as marcas de quem ocupa o cargo de Ministro da Cultura. O que ele escreveu sobre Seabra ou Vasco, é fruto da emoção, não da razão. Apenas insiste nas lambadas. O pior foi o que publicou da sua “amiga”: "vale o que vale, isto é: nada vale, pois, o combustível que o faz escrever é o azedume, o álcool e a consequente degradação cerebral. Eis o verdadeiro vampiro, pois alimenta-se do trabalho (para ele sempre mau) dos outros."
Há uns anos, um Ministro da Saúde demitiu-se por ter contado em público uma anedota. Eram outros tempos.  A Ética sobrepunha-se aos interesses; os valores e os princípios estavam acima dos procedimentos corruptos de hoje. Naquele tempo entendia-se que o que era “legal” podia não ser legitimo. Como disse Séneca à cerca de dois milénios: “o que a lei não proíbe, proíbe a decência”.
O curioso deste “debate”, é que Seabra pronunciou-se sobre o mesmo dizendo que é uma atitude inqualificável. Adjectivo também usado pelo porta voz do Partido Social Democrata (P.S.D.).
O Doutor Pulido Valente apenas disse que “está à espera das bofetadas”!  Armando Palavras



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