domingo, 20 de março de 2016

Simplesmente vergonhoso

Só pelo facto de Lula ter vindo de onde veio, herói para uma grande maioria fragilizada do povo brasileiro, e ter desempenhado o cargo que desempenhou, lhe assistiriam responsabilidades cívicas e comportamentos de ordem ética (e moral) que não estão ao alcance do cidadão comum que passa fome, frio e por aí adiante.
O caso “Lula/Dilma” é simplesmente vergonhoso. Para quem ainda possui alguma vergonha.
No tempo dos nossos pais, qualquer artífice que fosse a casa compor assunto da sua especialidade, sentiria vergonha se, passadas duas semanas, aquilo que havia composto avariasse. Em primeiro lugar porque era desprestigiante. Punha em causa a sua competência e a sua honradez. E depois porque estando o seu nome na praça publica se sujeitava a perder clientes, logo o sustento da família.
A propósito do caso de Lula e da dona Dilma, temos ouvido (e lido) teorias sobre o capitalismo selvagem, e por aí fora.
O capitalismo selvagem existiu desde que a civilização é civilização. Na antiga Roma, quando alguns dos poderosos queriam ganhar mais uns cobres (estamos a referir-nos ao que hoje são as grandes empresas de construção), atiçavam fogos que queimavam bairros completos em Roma. Depois eram reconstruídos por esses poderosos.
O Império Romano foi corrupto até à medula. Mas teve sempre contrapontos que fizeram o equilíbrio entre a corrupção e a ética. Vozes sonantes como as de Séneca e Cícero, entre outros.
A Grécia antiga também teve os seus casos de corrupção. O próprio Péricles foi assaltado pelos seus inimigos que o acusavam de se servir dos dinheiros do Estado. O que a História prova é que o “Século de Péricles” foi grandioso em todos os momentos. Essa Grécia, onde nasceu a democracia, considerada por historiadores americanos de nomeada, como comunista (!), teve uma geração de figuras incomparável, com Péricles à cabeça. O próprio Péricles que sempre foi eleito pelo partido popular, tinha que participar nas assembleias de cidadãos. Mas, ao mesmo tempo que governava, legislava. Apoiado na educação que havia adquirido com os melhores professores do seu tempo.
A Ética era fundamental para quem se habilitava a governar. Esta é que é a questão. O resto (teorias daqui e dali) é folclore – fantasias.
O ensino massificou-se. A qualidade foi substituída pela quantidade. Era então, necessário simplificar os conteúdos para manter alunos no sistema. O latim desapareceu dos currículos, a filosofia deixou de ser obrigatória durante um tempo; formou-se gente com deficiências, a “igualdade” sobrepôs-se à diversidade; o ensino, dominado pelas ideologias e pelos partidos políticos, transformou-se num movimento anárquico, confuso, onde se experimentam continuamente modelos novos sem base reflexiva e cientifica séria; as lacunas nas disciplinas nucleares estão à vista; as escolas transformaram-se em mercados, onde se negoceiam notas até à décima; tudo é aleatório, arbitrário; o valor cultural de cada disciplina (dependente do seu conteúdo) desapareceu.
As instituições degradaram-se, os melhores foram trucidados (através de “leis” escabrosas) pelos piores, a inveja substituiu a solidariedade, os cargos passaram do mano para a mana, do tio para o sobrinho e do primo para a prima. E os lugares de chefia foram ocupados por caciques.
Á Ética e à moral, sobrepuseram-se a vigarice e o banditismo institucional e social.
É, pois, importante que se retomem (nos currículos e nos conteúdos) os clássicos. A ignorância provoca a injustiça.        Armando Palavras

Nota: É bom que os comentadores portugueses que alardeiam sobre este assunto, tenham em conta o país onde vivem.  Se no Brasil a corrupção chegou à presidência, em Portugal chegou ao nível de Primeiro-ministro. A diferença não é nenhuma. Até porque o caso “lava jacto” começa a aparecer na imprensa com ligações ao caso “Marquês” e aos "robalos".

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Actualizado a 22 de Março

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