sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Recortes duma eterna amizade - Costa Pereira

Por: Costa Pereira  Portugal, minha terra.    


Desde a sua entrada em Vilar de Ferreiros que também o seu labor na paróquia começou por ser acompanhado e divulgado pela imprensa regional que logo notou no “padre novo” de Vilar algo que não era habitual ver. Isso valeu que mais tarde aparecesse publicado um comentário a dizer: “Sacerdote exemplar e pároco atento às carências espirituais e humanas dos paroquianos, a sua acção ficou marcada logo no inicio da sua chegada a Vilar, na década de 60, quando confrontado com a  pobreza de alguns paroquianos se lançou na construção de habitações e solicitou apoio alimentar à Caritas para os mais necessitados. Entretanto vieram dias melhores e a briosa iniciativa deixou de ter sentido, pois cada um passou a usar da sua cana para pescar”.




Noutra local consta registado: “Mas o papel mais importante do abade Correia Guedes foi e é o desempenhado, na condição de pároco de São Pedro de Vilar de Ferreiros, como Presidente da Irmandade de Nossa Senhora da Graça, e que se pode ver bem realçado na obra ali realizada e muito louvada por todos quantos sobem ao cimo do Monte Farinha, mormente os devotos de Nossa Senhora e do Santinho, Santiago”. Já não é, mas ficou a memória.

Em blog meu escrevi, em Abril de 2013: “Nas minhas "velharias" fui encontrar esta foto alusiva a uma das grandes peregrinações de Setembro, no Monte Farinha, onde se reconhece bem o então bispo da Diocese, D. António Cardoso Cunha; o arcipreste de Mondim de Basto, Sr. Padre Domingos; o "gigante com coração de pomba", Sr Padre Correia Guedes; e o "mestre florestal", Sr. Teixeira, de Sobreira, e outros cujo nome ignoro. Dos citados já só o Sr Padre Guedes faz parte do nosso mundo terreno, mundo no qual a missão sacerdotal, a exemplaridade do cidadão e o espírito de serviço e verdade do Padre Guedes muito têm contribuído para tornar esse "Mundo Melhor". De D. António Cardoso recordo para lembrar que não foi sem antes medir bem a decisão que a Diocese de Vila Real - primeiro graças a D. António Valente da Fonseca - tomou de devolver a administração da Ermida do Monte Farinha à paróquia de São Pedro de Vilar de Ferreiros, pondo fim a uma abusiva usurpação de direitos paroquiais que vinha do tempo da 1ª Republica”. Recordo porque também já o Padre Manuel Guedes deixou de fazer parte dos vivos a que faz referencia a noticia. Sem foto para ilustrar, recordo ainda o “1º Encontro da colónia de Vilar de Ferreiros, em Lisboa”, que sem precisar o ano, sei foi na década de 60. Assim referido:  “A colónia de Vilar de Ferreiros em Lisboa, por  meados da década de 60 deu inicio a um convívio anual, cujo 1º me recordo decorreu na Casa Pia (instalações de Pina Manique - Restelo) e foi animado pelo Rancho da aldeia de Vilarinho. Com o rancho, vieram então muitos residentes da  freguesia, entre eles o respectivo abade, Sr. P. Manuel Guedes, que celebrou na histórica igreja da Memória (à Calçada do Galvão) para todos os participantes desse convívio”. Encontro que deixou de continuar fazer-se, por falta de organizadores.

Promotor de eventos paroquiais como no Dia do Pai, festejar a data na capela do Fojo, foi iniciativa sua, que em Março de 2009 era citada, assim: “Como já vem sendo tradição, para festejar o "DIA do PAI ", os "Josés" de Vilar de Ferreiros e demais freguesias vizinhas reúnem-se anualmente no dia 19 de Março à volta de uma celebração Eucarística que tem lugar na capela do Fojo e cujo patrono é São José”. Deixa trabalho feito que vai perpetuar seu nome na memoria das gerações atuais, como se prolongará de geração em geração neste freguesia e nas demais onde o seu múnus e zelo sacerdotal se fez sentir. Gastou-se ao serviço da Igreja e das almas, motivo que por ocasião do seu ultimo aniversário natalício anotei: “Com 58 anos de sacerdócio vividos e postos ao serviço do concelho de Mondim de Basto, como pároco e agora capelão do Lar da Misericórdia, o abade Guedes é por direito não filho adoptivo, mas um mondinense de corpo e alma. Pelo seu aniversário natalício, os meus parabéns e votos de um 04 de Julho para repetir”. Não foi assim que Deus determinou, antes o quis  junto de Si. Com certeza que lá o tem muito feliz. ”Natural de Torgueda (Vila Real), onde nasceu a 04 de Julho de 1932, o padre Manuel Joaquim Correia Guedes foi ordenado sacerdote a 21 de Setembro de 1957. Durante todo esse seu múnus sacerdotal foi gasto ao serviço do concelho de Mondim de Basto, que amava como terra sua, e de forma particular a freguesia de Vilar de Ferreiros, sua terra adoptiva, onde faleceu no passado dia 03. Não se importaria nada se os seus restos mortais ali fossem sepultados. Mas a família, e bem, quis leva-lo a sepultar na terra onde repousam os seus antepassados. Torgueda merece essa honra. No dia 04, após a missa de corpo presente, às 14h30, presidida por D. Amândio Tomás, e que cerca de 30 sacerdotes concelebraram, o cortejo fúnebre partiu pelo Bilhó, capela de São José do Fojo, Ermelo e Campeã, em direcção a Torgueda. Esta foi para mim, uma das muitas vezes em que me desloquei à minha aldeia natal e que regressei sem sustentar e fortalecer com palavas aquela amizade que mutuamente nos unia. Não faltei no momento doloroso e ao regressar desta ultima visita que a nossa amizade solicitou prometo que jamais deixarei de diariamente o recordar a Nossa Senhora da Graça”. Recortes duma eterna amizade.

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