quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PSD pronto para preparar uma alternativa de Governo - entrevista de Pedro Passos Coelho à Rádio Renascença

         Melhores momentos de Pedro Passos Coelho, Presidente do Partido Social       Democrata na entrevista à Rádio Re

Ontem à noite, em entrevista à Rádio Renascença, o Presidente do PSD afirmou que o partido, agora na oposição, está a preparar uma alternativa de Governo para Portugal. Pedro Passos Coelho disse ainda que não houve “ dificuldade nesta mudança. Não sou nostálgico e o poder não me subiu à cabeça”.
Sobre o novo Governo, Pedro Passos Coelho criticou a estratégia de reversões que está a ser levada a cabo por António Costa, classificando-a mesmo de “arriscada”: “olho para os primeiros dias deste Governo com bastante apreensão, não pelo facto de se estar a reverter ou a destruir o que foi feito pelo Governo que chefiei, mas porque me parece, em primeiro lugar, que reverter e destruir é muito pouco para definir um programa de futuro do novo Governo. Se a missão deste Governo é desfazer o que o anterior fez, é uma missão que se esgotará dentro de pouco tempo e que estrutura pouco o futuro. Em segundo lugar, porque muitas das coisas que fizemos dizem respeito a reformas importantes que não deviam mesmo ser revertidas”. Deixou ainda a convicção de que o Executivo socialista deve encontrar condições de governabilidade junto das forças políticas que o apoiaram, pois seria “uma perversão democrática que o segundo partido viesse a fazer uma espécie de chantagem democrática sobre quem ganhou as eleições, que passaria a ter a função de apoiar quem perdeu”. 
O líder social-democrata falou sobre os vários temas que marcam o panorama político nacional, como o Banif: “Não tenho dúvida de que durante o período em que o Banco de Portugal estava a procurar vender o Novo Banco não se sentiria impelido a tomar uma decisão de resolução do Banif”. Tal não resultou num atraso porque “poderia haver sinergias resultantes do processo de venda do Novo Banco que ajudassem a resolver o problema do Banif”.
Sobre as presidenciais, Pedro Passos Coelho foi claro quanto à sua opinião sobre este alto-cargo da Nação, afirmando que “o Presidente da República deve utilizar a sua magistratura de influência de modo a conseguir que as pontes que são necessárias entre os partidos, a relação dos partidos com a sociedade, possa funcionar de uma forma mais harmoniosa. Isso exige um mandato apartidário e exige alguém que não venha trazer para Belém a 'espuma dos dias' e que não funcione como um cata-vento das ideias do dia-a-dia, às vezes, ideias contraditórias que existem na sociedade portuguesa, mas que saiba, de acordo com aquilo que é a sua experiência política - a interpretação dos poderes do Presidente da República -, usar essa magistratura para dar corpo à ideia do que deve ser uma reforma do país, das suas estruturas económicas, sociais, que tenha uma base de entendimento consensual o mais larga possível.”
A confiança dos portugueses e dos investidores foi também um dos pontos abordados. O Presidente do PSD acredita que o atual Executivo não está a “preservar a confiança dos investidores externos em Portugal”, devido à “ameaça velada que foi feita sobre uma eventual nacionalização da TAP” ou mesmo à capitalização do Novo Banco, que será paga a “preço de ouro” pelo sistema financeiro.
Quanto ao futuro, o Presidente do PSD afirma que o partido “está preparado para voltar ao Governo para fazer o que não teve a possibilidade de acabar de fazer e eu, como primeiro-ministro que fui, de completar um trabalho que deixei a meio em termos de reforma estrutural. Mas não tenho, relativamente ao futuro, ideias cabalísticas, não tenho a mania que tenho mesmo que ser primeiro-ministro. Se voltar ao Governo é porque este falhou e a alternativa do PSD é melhor, mais confiável para as pessoas. Não vou ficar de braços cruzados à espera que isto dê mau resultado e que por inércia volte a chegar lá. É muito importante que o que deixámos por fazer possamos completar, mas que novas coisas e desafios possam emergir e merecer o voto e a confiança e o voto das pessoas. Essa é a minha missão como presidente do PSD.”

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