terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Casa roubada trancas às portas!

  
Jorge Lage
 O meu pai viveu até aos 80 anos sem ser roubado. Durante algum tempo dizia às «vítimas», da minha aldeia, que a ele ninguém o roubava. Mas, um dia foi assaltado na feira de Mirandela. Pior ainda, nem deu conta que o roubaram. Mas, um dia, um ganapo dos Eixes terá simulado um cumprimento desusado para lhe furtar a carteira. Mais que o roubo foi a desfeita. Por isso, meus amigos, em grandes ajuntamentos (feiras, festas, peregrinações, romarias e futebóis) não andem com a carteira no bolso de trás das calças. As mulheres devem trazer as carteiras, à frente, entre os braços e bem agarradas. Nunca andem com muito dinheiro no bolso ou tenham muito dinheiro em casa. A que propósito esta lavra? Amigos leitores, a segurança de pessoas e bens são essenciais ao bem-estar de cada um. No tempo dos nossos avós e pais não havia chave nas portas das casas. Hoje tudo mudou. Vivam nas aldeias ou nas cidades, nunca dêem conversa a estranhos que vos batam à porta, ainda que se intitulem das finanças, da GNR/PSP ou Correios. Pura e simplesmente recusem o diálogo e acautelem-se mais se os intrusos que rondam as vossas portas se apresentarem bem vestidos e sejam bem-falantes e de bons modos. Como diz o dito: «à Cernadela ao chumbo»! E retirem-se, avisando, a seguir, a GNR ou a PSP da abordagem que tiveram, fornecendo a matrícula da viatura em que os criminosos se fazem deslocar. O tema vem a propósito porque familiares meus que vivem em casa um pouco isolada, estando mais expostos e os cuidados têm de ser redobrados. Casas isoladas devem ter muros mais altos e duas ou três fiadas de arame farpado a encimar. As janelas do rés-do-chão com grades e as portas blindadas ou em ferro. A reforçar devem ser instalados detectores de movimentos que acendam luzes e alarmes ligados a centrais de vigilância. Vale mais pagar algum dinheiro com um alarme do que sujeitar-se a grande roubo ou até a ser morto pêlos assaltantes. É mais barato prevenir que remediar. Conto-vos uma história passada nos arredores de Braga. Um empresário de terraplanagens andava constantemente a ser-lhe roubado gasóleo das viaturas e máquinas dos estaleiros. A GNR nada fazia. Um dia fez uma espera ao ladrão e chumbou-o bem. A tal ponto que teve de ser assistido no hospital de Braga. O Empresário esconde a caçadeira bem longe e vai dormir. No dia seguinte, bem cedo, tinha o sargento da GNR a bater-lhe à porta. Ainda estava deitado e pediu algum tempo para se vestir. Perguntou-lhe por onde tinha andado naquela noite. Disse-lhe que na cama. Acto contínuo pediu-lhe a espingarda que estava legalizada. Mas não tinha sinal de fogo. Bem gemeu o graduado da GNR com perguntas e mais perguntas. O empresário manteve-se firme. Afinal, para fazer o serviço, da mais elementar justiça, comprou uma caçadeira ilegal que nunca farejaram. Foi um serviço barato. Nem precisou de advogado. O ladrão deitou contas à vida e na próxima podia ser de zagalotes… Se a justiça ou as leis estivessem do lado da vítima e não do bandido, como dizem estar, talvez houvesse menos assaltos e roubos. Por isso, acautelem os vossos bens, sejam solidários com os vizinhos e sigam os conselhos da PSP e da GNR.


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