sábado, 26 de dezembro de 2015

Notícias inconvenientes geram políticos impertinentes - Barroso da Fonte


Barroso da Fonte
A política e a religião chispam na quadra festiva.
Quando as mães e os namorados já andavam pelas lojas a comprar as prendas de Natal, a TVI24 colocou (dia 20) no rodapé da emissão «25ª hora», por precipitada e mal esclarecida uma informação que causou ao Banif um prejuízo superior a mil milhões de euros. A troco da «caixa», vulgarmente conhecida por ser dada em «primeira mão», os portugueses que todos os dias deste desnorteado ano de 2015, pensavam usufruir de um período de tréguas, assistiram a um carnaval grotesco, por antecipado e rabugento. A quadra natalícia merecia mais respeito já que, a política tomou de assalto a paciência dos portugueses que andam desiludidos com os políticos e com as políticas que nos impingem, sempre em nome de causas que nos ultrapassam, por mal explicadas, mal nascidas e, quase sempre, contra o povo que cada vez mais é o pião das nicas.
O verdadeiro povo não é aquele que os políticos invocam para chegarem ao poder. O verdadeiro povo é aquele que pretende mais e melhores atos e menos paleógrafo por parte de quem governa.
De boas intenções está o inferno cheio. E esse povo que vota, que elege e que exige mais e melhor justiça, na hora decisiva, não precisa de muitas palavras, de muitos apelos, de muitas promessas. Esse povo já conhece os políticos sérios e os charlatães. Já sabe quem fala verdade e quem impinge gato por lebre. Já sabe distinguir a direita da esquerda. Já conhece o bem e o mal. E também conhece que mais vale um pássaro não do que dois a voar. Como também já sabe que «quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem».
O ano que agora acaba serviu para abrir os olhos a quem ainda os tinha fechados. A sociedade portuguesa tem sido escaldada, «comida por lorpa», vítima de teorias de assaltantes de bancos, de rasteiras pérfidas e pegajosas, de truques baixos, de vermes nojentos, travestidos de humanos.
O povo português não passa pelos falsos profetas que nasceram em berços dourados, alimentaram-se de cultura de aviário, trajam roupa emprestada pelas lojas que vivem dos comentadores televisivos que fazem publicidade enganosa e que nunca mediram o peso da enxada, o frio da montanha ou a fome que a sopa e o pão encobrem.
Parte desse povo emita o papagaio que aprende expressões fonéticas maldosas e as devolve por cada espantalho que passa e que não conhece mais do que esse palrar em que moldou o cérebro.
Outra parte desse povo vive de expediente. Ouve aqui e  conta ali. Antecipa-se ou atrasa-se, consoante o oportunismo da mensagem. Faz verdade da mentira ou mentira de verdade, em função daquilo que é a sua conveniência.
 Estes axiomas sociais infernizam a sociedade portuguesa. E é por isso que chegamos ao fim de mais ano e, em vez de termos razões para felicitar a tradição cristã e a arte de governar, assistimos ao confronto, à escaramuça verbal e ao medo sistemático do ano que se segue.
 O que se passou com o Banif é mais um exemplo de como temos de mudar radicalmente desta praga que nos invade a casa, o local de trabalho e o vazio da rua. São poucos mas são excessivamente turbulentos, agressivos, despóticos. Precisamos de banir da via publica quem reina para comer o que não trabalhou. Não podemos ser alarmados por gazetas que abrem as goelas  a tudo o que gera perturbação social, cultural e cívica. Não podemos nem devemos dar ouvidos a troca- tintas que já demonstraram o pouco que são e o nada que valem. Como não podemos nem devemos acreditar em soluções que trocam o certo pelo incerto, a verdade pela mentira, o saber pela ignorância.
 Andam por aí  corvos e gaivotas de aviário que nunca souberam o que era a vida e que propõem paraísos de lesbianismo, de  leviandade sexual, de anormalidade cívica. Não podemos dar ouvidos a negociadores de causas públicas que falham ao primeiro obstáculo e que, em cima do risco vermelho, exigem esforços sobre-humanos para salvar a honra do convento.
 Muito menos devemos aceitar tudo o que se ouve, se vê ou se preconiza.
À hora em que escrevo esta nota ouço o que afirma Jorge Tomé, responsável do Banif: «As contas estavam limpinhas  e direitinhas. O resultado da venda foi desastroso»...
O trágico desfecho do Banif serviu para tirar a máscara do casamento contra natura do PS com a esquerda radical. Mais uma vez, vai ser a direita a pagar o que a esquerda esbanjou. Passos Coelho, mais uma vez, cedeu, colocando o país acima dos interesses do partido. Fez bem. Poderia ter alegado que «para vilão, vilão e meio». Há que exigir responsabilidades, recuando até 2008. E a TVI24 terá que assumir as suas responsabilidades pelos «mil milhões de euros em depósitos que voaram». Esse pioneirismo custou mais do que vale a TVI24. E este dinheiro vão ser os contribuintes a pagá-lo. Lamentavelmente.

                                      Barroso da Fonte

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