domingo, 18 de outubro de 2015

Faleceu o escritor barrosão, Bento da Cruz.




Jorge Lage
BENTO da CRUZ (escritor)

3- Faleceu o escritor barrosão, Bento da Cruz. – Ouvi falar de Bento da Cruz há 40 anos. Foi-me descrito, por amiga próxima do PCP, como um grande escritor. Compro as «Filhas de Lot» e gostei da escrita e do enredo em cenário rural. Depois, seguiram-se «Contos do Gostofrio e de Lamalonga». Há pouco mais de um ano fiquei a saber que Gostofrio existe e foi pisado pelos meus pés e houve cumprimentos com alguma gentinha rural que resiste nas quelhas e canelhas apertadas a cheirar a bosta de grandes ruminantes. Pelo meio houve o meu convite para ele apresentar «O Retábulo das Virgens Loucas» na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Braga, que foi um grande sucesso. Fiz algumas consultas ao jornal «Correio do Planalto (entenda-se, Planalto barrosão) de que era director e proprietário, em que, de início, aparecia uma linguagem muito agressiva e depois foi-se limando para um rosado suave. Nunca mais voltei a ter contacto pessoal porque o «vício» da sueca falava mais alto que um cumprimento, quando a palavra gratidão paira no ar e agita a memória. Como trasmontano atento, sigo sempre o percurso político de uns, artístico-literário de outros e profissional de aqueloutros. Sinto sempre com orgulho o sucesso, mesmo o dos trasmontano-durienses que não conheço ou dos que anuviam com as sombras de outros. Todos me parecem importantes para a nossa região. Nos últimos tempos partiram alguns grandes do mundo artístico-literário que nos deixaram mais pobres, como o pintor Nadir Afonso e os escritores Amadeu Ferreira, Nelson Vilela e agora Bento da Cruz. Bento da Cruz, vivia no Porto, onde faleceu a 26 de Agosto (2015), e o funeral foi na aldeia natal, Peirezes, a 27 de Agosto. Recebi a notícia, em Chaves, ainda o corpo não tinha arrefecido, dada pelo investigador barrosão, Hélder do Alvar. Tinha passadeira vermelha em Montalegre e o peso na escrita e ideológico tornou-o patrono da Escola Secundária de Montalegre. A Câmara de Montalegre homenageou-o e agraciou-o, várias vezes, em vida (alguns autarcas esperam que os seus maiores capitais morram, para em cima do seu cadáver e da sua obra fazerem apressadas homenagens). Ao longo da sua vida deixou-nos uma dúzia de bons livros. Possuía grande amor ao Barroso, grande cultura, grande riqueza linguística e um contagiante humor expresso nos discursos e na sua fluente e vigorosa escrita. Em meu nome e do Notícias de Mirandela uma sentida saudação!


2 comentários:

  1. Partiu um grande Homem um belicismo Escritor que nos deixa um Obra Litraria de grande valor, descrevendo um Povo que ele também pertencia que é o povo Transmontano.Desculpem seus familiares de só agora eu falar de tal Homem, deve-se o facto de só agora ter o prazer de ler alguns dos seus livros, que me deixaram bastante interessado neste género de narrativas do que é tão belo e genuíno duma parcela do povo Português que é o Transmontano.Muito obrigada por me darem esta oportunidade de eu expressara minha opinião sincero por Bento de Cruz.Se me é permitido! um abraço a toda a Família Transmontana. Rui Louro

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