quarta-feira, 24 de junho de 2015

Por Terras de Eça de Queirós ou Baião tão perto e a rimar com Marão


Jorge Lage

2- Por Terras de Eça de Queirós ou Baião tão perto e a rimar com Marão – Foi com alguma expectativa que no dia 3 de Junho me desloquei a Baião, um município de montanha recortado pelos meandros do Marão. Afinal, fui a Baião e apenas vi o que os meus olhos permitiram e alguns me ajudaram. O meu objectivo era recolher memória imaterial e etnográfica sobre a castanha e o castanheiro. Para isso tive ajuda de técnicos do município e que com prazer me forneceram os dados que pedi. João Fragoso forneceu-me uma lista extensa de topónimos do concelho e Arlete Miranda, da rede social municipal, indicou-me os lares e centro de dia. Na Misericórdia conversei com os utentes que o técnico Pedro Monteiro já tinha preparado e me aguardavam no salão. Foi um diálogo e registo interessante, tendo-me apercebido de um lar bem decorado e concebido, com os utentes felizes. Informação que foi complementada pelo Director, Duarte, que fez questão de me mostrar a instituição por dentro e ao longo da conversa fiquei com a convicção que a qualidade das instalações, o desempenho dos recursos humanos e o bem-estar dos idosos são pontos de honra, ao ponto de chegarem a receber utentes do Porto. No Centro de Dia da OBER (Obra de Bem Estar Rural), depois de ter combinado a ida com o Director, Nuno Moura, tinha uma equipa jovem e dinâmica que dá aos idosos que acolhem nas boas instalações de dia um ambiente familiar. Pelos bons momentos que também ali passei e pela felicidade que transpiravam os rostos sulcados pelos anos, acabei por prolongar a estadia de meia hora em quase duas horas. A animadora social, Isabel Coutinho, e equipa, deixava que o animado diálogo, fluísse. Por fim, havia o lanche melhorado, em que não faltou o delicioso bolo de castanhas para todos, feito pela simpática equipa da cozinha. Fiquei com a sensação de que o Céu não poderá proporcionar mais felicidade. Depois de expormos aos directores o que pretendíamos tudo foi fácil. A bela vila de Baião fica a escassos minutos da A4, desde a saída para o Marco de Canavezes que, na sua maioria, tem perfil de IC. Em Baião come-se bem e por bom preço, sendo o anho assado, o cabrito, a vitela e o bacalhau os pratos principais. Almocei no restaurante «Primabera» (restauranteprimaverabaiao@hotmail.com, 255542895 e 910129007), recebido com muita simpatia e uma bela vista, na saída para Amarante, sendo gerido pelo António Fonseca, um conversador nato que conhece meio mundo e iniciou-se na restauração no Palace Hotel do Vidago, daí confessar um fraquinho por Trás-os-Montes. Na Biblioteca Municipal e no posto de Turismo  (turismo@cm-baia.pt, 255540562) a simpatia é a mesma e ali podem-nos lembrar que o Tormes queirosiano fica a uns 15 minutos, debruçado sobre o rio Douro. As famosas bengalas produzem-se em Gestaçô, em Frende temos as belas e elegantes cestas de piorna, na Teixeira temos os artesanais doces da Teixeira. Mas há muito mais para descobrir e poderá invocar a protecção de Santa Marinha (do Zêzere. Vou voltar e saborear as belas vistas, a cultura e a boa gastronomia.

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