Barroso da Fonte |
Há cerca de seis anos, na
qualidade de jornalista, fui convidado para o lançamento da primeira pedra
deste mesmo empreendimento. Muitos dos que ali fomos para ver e ouvir, esse
empresário e alguns técnicos que confirmavam as palavras do pioneiro, pudemos
ver na freguesia de Touguinhó, junto à auto-estrada Famalicão-Vila do Conde -
Póvoa de Varzim, uma enorme planura com uma pequena elevação ao centro,
sobressaindo meia dúzia de pequenas árvores e uma nascente de água que mais
parecia um milagre do Senhor do Bonfim, para regar todo aquele terreno que
daria para fazer dois estádios de futebol. Alguns de nós torcemos o nariz ao
ouvir que iriam ali ser construídos 8 edifícios autónomos, em dois corpos: um
hospital Geral – com o Bloco operatório e um Centro Neurológico, mais uma
unidade residencial, uma unidade de serviços de ambulatório que oferecerá
serviços de consulta em todas as especialidades médicas. E ainda mais quatro
unidades autónomas: capela, cozinhas centrais, restaurante, armazéns gerais,
farmácia, portaria e recepção. A área total de construção é superior a 45 mil
m2. Seis anos depois, os jornalistas que lá haviam estado e outros que
estiveram dia 2 de Dezembro, puderam acreditar, como Tomé. E esta boa notícia
deveria ser levada longe, bem longe, para que as gentes da Lusofonia, da
Diáspora ou daquele que foi o Império Português, saibam que - apesar de
estarmos quase no charco social, cultural e, sobretudo, político, ainda há
HOMENS da estirpe de Afonso Henriques, de Nuno Álvares Pereira, de Vasco da
Gama, de Fernão de Magalhães, de Camões e de Pessoa. Esses que levaram longe a
Língua Portuguesa, a Bandeira e a Civilização, deixaram por lá os vestígios da
Raça que falam por si através da Língua que nos tornou lusófonos.
Por cá ainda há alguns Portugueses de fibra e
dessa Raça. Manuel Agonia é um desses bravos heróis que fez a ligação entre o
Séculos XX e XXI. Entre 1918 e 2004 tivemos António Champalimaud que foi o
abano de família de muitos lares portugueses. Ainda hoje a Fundação que tem o
seu nome é um exemplo mundial. Manuel Agonia tem vindo a ser o Champalimaud dos
nossos tempos. Depois da rede de unidades de saúde conhecidas pelo nome de
Clipóvoa que foram utilíssimas e modelares, para o centro e norte do país,
ressurge, agora, com este complexo que as Gentes do interior do país,
devem conhecer nas suas valências
médicas.
O intuito dos diversos canais televisivos,
mormente da estação pública, deveria consistir na pedagogia deste tipo de
pessoas e de projectos. Muita gente estava à espera que a RTP mostrasse aos
ricos e aos pobres esse empreendimento que a todos irá ser útil. Afinal o que
mostrou a RTP nesse dia? O primeiro ministro a falar mais do mesmo e uma
centena de agitadores profissionais a protestar contra o novo serviço de saúde.
Não mostrou e nada disse desse complexo
hospitalar. Lamentavelmente os jornais regionais que o povo lia e guardava,
emudeceram. Os diários falam dos políticos e dos famosos. Só aquilo que as
televisões mostram é notícia. Primam elas por mostrar repetidas vezes as mesmas
pessoas, os mesmos assuntos, o futebol e as telenovelas que tão maus exemplos
levam a casa de cada um. A televisão pública que todos continuamos a pagar nas
facturas da luz é o pior canal informativo. Só mostra o que não deve:
desgraças, má língua, comentadores políticos, insultando-se uns aos outros,
entrevistas recíprocas, um forrobodó que nos revolta em vez de nos libertar e
distrair. Pobre povo...
Barroso da Fonte
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