domingo, 27 de setembro de 2020

Vale de Ladrões


“ No regresso a Lagoaça e na zona de “Vale de Ladrões”, mais ou menos a 6 Kms de casa, os machos dão sinais, que o Avô Martinho identificou como sendo um assalto.

Eram 10,30 da manhã. O nevoeiro era muito intenso na zona e com muito pouca visibilidade.

O Avô Martinho ia a cavalo no macho que transportava o peixe e o neto Tonho no macho que transportava as outras mercadorias, mas preso com as rédeas ao macho do Avô.

De repente e do meio do nevoeiro e a poucos metros onde se encontravam, ouve-se uma voz grossa:

-Alto aí caralho, isto é um assalto!

O Avô Martinho habituado que estava a este tipo de situações sempre que passava em “Vale de Ladrões”, respondeu ao assaltante:

-Olha lá ó Pé de Cabra, sei que és tu que estás aí, pois já te conheço como as palmas das minhas mãos. Dinheiro num tenho. Se queres dou-te meia dúzia de sardinhas para matares a danada. Se continuas a perseguir-me estou com a “estupeta” armada, dou-te dois tiros nos cornos e vais grunhir para o pé dos anjinhos.

O Pé de Cabra acabou por aceitar as sardinhas e lá foi para os lados das Quintas matar a danada”.

 

Excerto de texto do livro “Conversas de viagens”, já no prelo, de Elmiro de Jesus Barbeiro, aposentado como Director do Banco Comercial Português.

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