“ No regresso
a Lagoaça e na zona de “Vale de Ladrões”, mais ou menos a 6 Kms de casa, os
machos dão sinais, que o Avô Martinho identificou como sendo um assalto.
Eram 10,30
da manhã. O nevoeiro era muito intenso na zona e com muito pouca visibilidade.
O Avô Martinho
ia a cavalo no macho que transportava o peixe e o neto Tonho no macho que
transportava as outras mercadorias, mas preso com as rédeas ao macho do Avô.
De repente e
do meio do nevoeiro e a poucos metros onde se encontravam, ouve-se uma voz
grossa:
-Alto aí
caralho, isto é um assalto!
O Avô
Martinho habituado que estava a este tipo de situações sempre que passava em “Vale
de Ladrões”, respondeu ao assaltante:
-Olha lá ó
Pé de Cabra, sei que és tu que estás aí, pois já te conheço como as palmas das
minhas mãos. Dinheiro num tenho. Se queres dou-te meia dúzia de sardinhas para
matares a danada. Se continuas a perseguir-me estou com a “estupeta” armada,
dou-te dois tiros nos cornos e vais grunhir para o pé dos anjinhos.
O Pé de
Cabra acabou por aceitar as sardinhas e lá foi para os lados das Quintas matar
a danada”.
Excerto de texto do livro “Conversas de viagens”, já no prelo, de Elmiro de Jesus Barbeiro, aposentado como Director do Banco Comercial Português.
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