sábado, 8 de dezembro de 2018

Montalegre – Benfica: Guardado está para quem o merece


 

BARROSO da FONTE - Notícias de Barroso (nº 548)

Dia 18 deste mês, Montalegre vai viver um sonho que muitos acalentaram desde que o futebol se pratica. Só através de uma prova como a Taça de Portugal poderia acontecer. É por isso que esta modalidade desportiva, quando tratada com lisura e clubismo, merece todos os elogios. O calendário desta vez favoreceu a representação Barrosã. É um justo prémio para a Direção, para os jogadores e para todos Barrosões. Nunca, até hoje, a nossa representação tinha chegado tão longe. A lógica aconselha a saber aproveitar esta oportunidade para corresponderá sorte que nos bateu à porta. Não por «cunhas», por sistemas mafiosos ou interferências demoníacas. Resta-nos saber fruir este sortilégio que se deve, exclusivamente aos intervenientes que souberam honrar a camisola.
A partir de agora, seja o que Deus quiser. Por onde andam os apoios à agricultura? Da China chega-nos a promessa da alteração do ADN, uma espécie de enxertia, que nas árvores de fruto se louva, mas na raça humana se condena. Também diz o povo que “de boas intenções está o inferno cheio”. O planeta Terra está mesmo a precisar de modificações genéticas, mas sensatas, prudentes e sábias.
Portugal é um país doente. Maduro mas esgotado. Já se viu que fez muito e bem quando espreitou o seu destino e percebeu que havia muito a conquistar e a promover. Nisso foi grande, foi certeiro e foi justo. Aconteceu há 890 anos, na Batalha de S. Mamede, em Guimarães. Deixou de haver terras a conquistar e povos a desenvolver. Travou muitas e duríssimas batalhas. Mas depois de instaladas as fronteiras e de organizado o território, a ganância superou os limites de alguns serventuários.
Entrou-se na tontaria do quanto pior melhor. A ignorância sobressaltou a competência.
O crime impôs-se à virtude. A preguiça obstaculizou o trabalho. O roubo prevaleceu sobre a honradez. Bruscamente os valores inverteram-se. Ser honesto, sério e competente, assumiram significados contrários. O país tem mais ladrões do que pessoas sérias, mais ignorantes do que letrados, mais falsários do que cristãos novos.
A revolução pariu monstros. Onde havia paz e reconciliação há hoje mísseis balísticos.
As palavras incendeiam montanhas. E até as crianças são sorvidas pelos adultos como figos secos.
Tempos houve em que havia fome, frio e desemprego. Mas confiava-se na palavra. Menos progresso, mas mais esperança e paz social. Havia meia dúzia de gorilas que funcionavam como vampiros da felicidade alheia.
Os pobres, apesar de tudo eram mais felizes. Constituíam as suas vidas. Os filhos eram muitos, mas não morriam de fome. Criavam-se com harmonia, com respeito e amor entre famílias tradicionais.
Uma aldeia era uma festa coletiva permanente. Valia o princípio: «um por todos e todos por um».
O comunitarismo era uma palavra mítica em que imperava a solidariedade. Uma povoação era um pequeno mundo: quando alguém morria, todos guardavam luto até ao fim do funeral.
O boi do povo representava o regedor. Tratado por todos os lavradores, cobria as vacas de todos e todos vibravam comas vitórias «nas chegas», como todos sofriam com as derrotas.
O mesmo forno do povo cozia o pão para todos os moradores. Os caminhos públicos, os moinhos e até o oratório do padroeiro, passava de porta em porta, sempre cuidado e abastecido pelas famílias em sistema rotativo.
Em quase tantos anos como durou o Estado Novo, o interior do país despovoou-se, empobreceu e está em apressada fase de desertificação.
A última praga que chegou foi a doença do castanheiro. Nos últimos anos esta árvore tão antiga e tão amiga dos proprietários, foi atingida pelo cancro e por uma espécie de bicho-da-seda que impede o crescimento e a floração do ouriço.
Um emigrante que foi seduzido pelo ministério da Agricultura e Florestas, em 2005, plantou 52 castanheiros num terreno que já deu batatas e centeio. Comprou as plantas a um empresário de formação, uns enxertados, outros por enxertar. Volvidos 13 anos veio a Portugal convencido de que já estariam todos a dar castanhas.
Puro engano. Sensivelmente metade nem ouriços teve. Sete secaram. Os restantes revelaram o aparecimento dessas larvas que certamente tolheram, de morte, os castanheiros. Já têm aparência de adultos, mas frustraram quem os plantou e apostou numa propriedade, contígua a outras que, desde há décadas dão castanhas de boa qualidade.
Nem políticos nem técnicos existem na vasta região do Alto Tâmega que respondam e correspondam a este tipo de apoio técnico.
Capoulas Santos já andou por cá, numa altura de vacas gordas, prometendo mundos e fundos. O seu nome ficou inscrito em locais públicos e não o abonam. Este menosprezo é um bom exemplo demagógico.
Formação para inglês ver já temos de sobra. Venham coisas práticas
O Gabinete de Imprensa municipal expede – e bem- textos e fotos que servem de base a quem puder andar informado. O Notícias de Barroso, apesar de conotado com a oposição, publica regularmente esses textos informativos e deve continuara fazê-lo, graciosamente, já que a publicidade vai toda para o «Boletim Municipal» e para os órgãos exteriores à área de influência do quinzenário.
No dia 29/11, por exemplo, receberam os utentes uma notícia a informar que se realizou «na sede do Ecomuseu mais uma reunião do grupo desta keholders ou parceiros do projeto CrinMA, onde surgiram vários pontos de vista sobre possíveis melhorias ao programa de forma a beneficiar as áreas de montanha, nomeadamente na cooperação transfronteiriça para a elaboração do plano de ação. Aí se lê que este programa pretende melhorar as políticas regionais de forma a fornecer um maior apoio, incluindo investimentos, para as áreas de montanha...».
Quantos barrosões, daqueles que não andam todos os dias, debaixo das saias do poder, saberão decifrar estes parceiros do projeto, mostrando obras em vez de teoria que ninguém identifica? A Barrosâna é uma revista mensal online que é produzida em Lisboa mas procura mostrar e descrever as terras altas de Barroso. Sai uma vez por mês e valoriza os textos com fotos, privilegiando as Terras de Barroso. Tem 50 páginas por cada edição. É seu fundador, editor e director Domingos Vaz Chaves, natural de Gralhas e com propensão para a escrita.
Em 2015 publicou uma monografia da sua aldeia, a que chamou «Minha Terra, minha Gente» e foi apresentado no Ecomuseu.
Para além de ter colaborado em Notícias de Barroso, mantém colaboração noutros órgãos de informação.
Um Transmontano de Barroso, comprometido com as suas raízes e com as ideias que defende.

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