A semana que passou foi
marcada por um caso. O das licenciaturas falsas. E o que se leu na imprensa
traduz aquilo a que o país chegou: uma quinta privada de certos aventureiros
que agarraram a política (uma actividade nobre) como profissão. É o
terceiro-mundismo da vida portuguesa.
Em tempos idos a classe
letrada, vinda da média burguesia, convivia desde o liceu até à faculdade.
Todos se conheciam, e sabiam de onde vinham. Hoje, a plebe das mais variadas profissões,
da universidade e da politica é fruto dos bandos a que estão vinculados, a
sua única família. Um bando de aventureiros, cujas maquinações produzem o
desencanto e a frustração social.
A história conta-se em
duas penadas. O ex secretário de estado João Meneses, teria enviado um e-mail
ao actual Ministro da Educação, a 30 de Março, a pedir a exoneração do seu
chefe de gabinete, Nuno Félix, onde indicava as várias falhas do mesmo. Sem a
devida aprovação formal Nuno Félix vai de férias. Com a sua ausência, Meneses
envia um segundo e-mail a Tiago Brandão Rodrigues. Como o caso não ficou
resolvido João Meneses demite-se a 13 de Abril.
Entretanto, a semana
passada, o Observador dava conta que Nuno Félix tinha duas licenciaturas
falsas, obrigando o visado a demitir-se.
O ministro da Educação
vai à SIC e declara o contrário daquilo que vem descrito nos emails que o
jornal i deu a conhecer em primeira mão.
O ponto da situação é o
seguinte:
1 - Um ex chefe de
gabinete fez declarações falsas que foram publicadas em Diário da Republica;
2 – Um ministro (da Educação!),
declara o contrário da prova escrita.
Num país decente,
civilizado, o ministro só teria uma saída … num país de terceiro-mundo tem
várias.
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