domingo, 6 de novembro de 2016

O ministro e as licenciaturas


A semana que passou foi marcada por um caso. O das licenciaturas falsas. E o que se leu na imprensa traduz aquilo a que o país chegou: uma quinta privada de certos aventureiros que agarraram a política (uma actividade nobre) como profissão. É o terceiro-mundismo da vida portuguesa.
Em tempos idos a classe letrada, vinda da média burguesia, convivia desde o liceu até à faculdade. Todos se conheciam, e sabiam de onde vinham. Hoje, a plebe das mais variadas profissões, da universidade e da politica  é fruto dos bandos a que estão vinculados, a sua única família. Um bando de aventureiros, cujas maquinações produzem o desencanto e a frustração social.
A história conta-se em duas penadas. O ex secretário de estado João Meneses, teria enviado um e-mail ao actual Ministro da Educação, a 30 de Março, a pedir a exoneração do seu chefe de gabinete, Nuno Félix, onde indicava as várias falhas do mesmo. Sem a devida aprovação formal Nuno Félix vai de férias. Com a sua ausência, Meneses envia um segundo e-mail a Tiago Brandão Rodrigues. Como o caso não ficou resolvido João Meneses demite-se a 13 de Abril.
Entretanto, a semana passada, o Observador dava conta que Nuno Félix tinha duas licenciaturas falsas, obrigando o visado a demitir-se.
O ministro da Educação vai à SIC e declara o contrário daquilo que vem descrito nos emails que o jornal i deu a conhecer em primeira mão.
O ponto da situação é o seguinte:
1 - Um ex chefe de gabinete fez declarações falsas que foram publicadas em Diário da Republica;
2 – Um ministro (da Educação!), declara o contrário da prova escrita.
Num país decente, civilizado, o ministro só teria uma saída … num país de terceiro-mundo tem várias.

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