Daqui a um ano (17 de
Outubro de 2017) comemora-se uma efeméride que, queiram muitos ou não, mudou a
modernidade. A revolução russa em Outubro de 1917. Cem anos!
O que é curioso é que nenhuma
referência a essa data se tenha feito em nenhum órgão da comunicação social,
nem deste país terceiro-mundista, nem de nenhum país civilizado no passado dia
17!
Esses dez dias que
abalaram o mundo estão descritos numa obra clássica do mítico jornalista John
Reed (cuja edição portuguesa é do Avante, a nossa), a quem brevemente dedicaremos escrito razoável. E na história escrita por
Trotski.
Vem isto a propósito do
discurso da dona Catarina no debate sobre o Orçamento de Estado para 2017.
Essa senhora não fez mais
do que reavivar a memória desses tempos. E não fez mais do que isso porque não
sabe mais. A balela dos mais frágeis, a conversa fiada das pensões e reformas, a
barafunda sobre a direita, os despropósitos sobre a Europa (que não conhece –
nem a presente nem a passada) e a idiotice da redução dos juros da dívida
pública são o carimbo na fronte de quem nada tem a dizer ao país. E de quem
aldraba sem vergonha alguma na cara. Tivesse alguma decência, e teria algum
tino sobre as afirmações maledicentes que profere.
Como (e com quem) quer
renegociar a divida?
Alguém já ouviu a este
periquito algum comentário sobre a urgente necessidade do descongelamento da
progressão da Carreira Docente, da justa recuperação do tempo de serviço
perdido, da alteração urgente do regime de aposentação, entre outros assuntos?
Alguém já ouviu a este
periquito algum comentário sobre o congelamento das carreiras desde 2005, por
um governo de esquerda(?)?
Alguém já ouviu a este
periquito pronunciar-se sobre os docentes que até 31 de dezembro de 2010
ficaram "retidos" porque a sua progressão estava
sujeita a vagas a definir por uma portaria que nunca chegou a ser publicada? É
bom lembrar a este periquito que desde 2012 a Provedoria de Justiça vem
aconselhando o Ministério da Educação a reposicionar todos os docentes que
tinham reunido condições para progredir antes de 2011, mas a portaria que o
permitiria fazer nunca foi publicada pelo ME.
Alguém já ouviu um pio deste
periquito sobre os docentes a quem foi descontado tempo de serviço, devido às
ausências por doença a partir de 20 de janeiro de 2007,inclusive, e que ainda
não foi considerado como prestação efetiva de serviço, nem o seu registo biográfico
atualizado nesse sentido?
Ninguém lhe ouviu nada. E
acham que é por acaso? Não. Depois da assinatura daquela papelada, justamente
no segundo dia, Costa que ocupa um lugar e cargo sem mérito (adquirido por
aquela marosca parlamentar), pois não ganhou eleições, tomou como primeira “medida
governativa” informar a populaça que as carreiras seriam descongeladas
apenas em 2018. É claro que a esposa já estava reformada.
E foi a este país
terceiro-mundista que esta senhora e parceiros nos conduziram. Ninguém o diz,
mas o diabo espreita. E em Janeiro teremos noticias dele quando o INE lançar os
dados que tardam, e que irão confirmar os de Setembro passado. Que se fosse um governo de centro direita, teria grandes dificuldades em continuar a governação.
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