Ontem foi um dia interessante. A direcção da bloquista Bárbara Reis, foi
substituída, no jornal Público, pela de David Dinis. E nesse mesmo dia foi,
nesse jornal, publicada uma entrevista de António Costa. São José Almeida foi a
entrevistadora.
A dado passo diz-nos: “O investimento
aumentou, o desemprego baixou, as exportações têm vindo a subir, a execução
orçamental tem vindo a subir …”. E logo de seguida, tirando um coelho da
cartola, vira-se para a jornalista, dizendo que foram criados “um excesso de
mitos” que tem “um efeito pernicioso para a imagem do país no exterior”.
Acrescentando “…temos de puxar o país para a frente e isso implica motivar o
país com base na realidade e não com base nas fantasias e nos mitos…”. Acelera
em patranhas sobre a “saída limpa” da troica, do crédito malparado, da
legitimidade do governo, e manda as postas de pescada do costume: “O que vai
permitir às nossas empresas serem mais produtivas é terem mais pessoal mais
qualificado”. Para finalizar a costumeira “canalhice”: “É sabido que o nível de
inflacção está baixo e que em 2018 temos previsto retomar as actualizações, bem
como encarar as questões de fundo relativamente às carreiras”. Aos costumes
nada diz.
No que diz respeito às afirmações sobre
investimento, desemprego, exportações e execução orçamental, Costa deve viver
noutro universo. Um universo paralelo, o da teoria da Fisica. Segundo os
últimos dados do INE ( https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=ine_main&xpid=INE&xlang=pt), nada do que
Costa afirma lá consta. E, segundo parece, os Administradores que Sócrates,
desde 2005 (um governo em que Costa foi ministro), colocou na Caixa e em
determinados bancos eram socialistas.
Além do mais esse crédito malparado esteve sempre devidamente referenciado em
relatórios pela governação que em Outubro de 2015 ganhou eleições. Mesmo com a
jornalista a fazer-lhes referência, Costa insiste na patranha.
Como é que Costa quer motivar o país? Ele
responde com as pantominas do costume: pessoal mais qualificado. Quando o recongelamento das carreiras (que foram
congeladas por um governo socialista em 2005), primeira medida de Costa e
parceiros do PCP e BLOCO, quando assinaram a papelada naquela marosca
parlamentar, prejudica precisamente os mais qualificados!
Mas o dia de ontem trouxe outras
surpresas. No parlamento português, um comissário europeu fez uma alusão ao
dito DIABO (um segundo resgate), e vários deputados europeus o terão
acompanhado no murmúrio.
Não terá sido por acaso que saiu ontem
esta entrevista.
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